Análise: Conflito Israel-Gaza terminará com o cumprimento da legislação internacional
Lourival Sant'Anna destaca que Israel deve devolver territórios ocupados ilegalmente para encerrar o conflito, enquanto ataques continuam na Faixa de Gaza
O analista de Internacional Lourival Sant’Anna afirmou durante o Agora CNN deste domingo (20) que o conflito entre Israel e Gaza só chegará ao fim quando Israel cumprir a legislação internacional, devolvendo os territórios que ocupa militarmente.
A declaração foi feita em meio a novos ataques na região, que resultaram em dezenas de mortes.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, cerca de 90 pessoas morreram em um ataque israelense a um prédio no norte do território. Imagens do bombardeio, às quais a CNN teve acesso, mostraram crianças entre as vítimas fatais.
BRICS e o conflito no Oriente Médio
Sant’Anna destacou que o grupo Brics, que agora inclui países diretamente envolvidos no conflito como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Irã, deve abordar a questão durante a próxima cúpula em Kazan.
O analista ressaltou que o Irã, em particular, é parte do problema, financiando grupos como Hamas e Hezbollah.
“A boa parte da sociedade israelense entende que esse conflito só terá um fim quando Israel cumprir a legislação internacional, que significa devolver os territórios que Israel ocupa militarmente, ilegalmente”, afirmou.
O especialista apontou que a ocupação de territórios como Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Colinas de Golã alimenta a frustração e o desespero dos palestinos.
Essa situação, por sua vez, é explorada por grupos radicais e potências regionais, perpetuando o ciclo de violência.
Posicionamento do BRICS
Sant’Anna prevê que o debate na Cúpula dos Brics terá um viés pró-palestino e pró-árabe, possivelmente até favorável ao Hamas e ao Hezbollah. Isso se deve, em parte, ao distanciamento entre Rússia e Israel, e à aproximação de Putin com o Irã.
“O Brics se torna, com a liderança da China também, um grupo que fica alinhado desse lado do conflito, do lado dos grupos radicais palestinos”, explicou o analista, advertindo que essa postura pode comprometer a legitimidade do grupo perante a comunidade internacional.
O especialista concluiu ressaltando que, embora Israel tenha o direito de se defender contra ataques terroristas, a resposta na Faixa de Gaza tem sido desproporcional, resultando em mais de 42 mil mortos e contestando, na prática, a ordem internacional baseada em regras.