Análise: Brasil não apoiará sanções à Venezuela e vê Maduro aberto a negociações
Governo brasileiro interpreta postura de Maduro como busca por "bote salva-vidas" e se recusa a reconhecer legitimidade da Suprema Corte venezuelana
O governo brasileiro não apoiará uma nova rodada de sanções contra a Venezuela, conforme revelado por Daniel Rittner, diretor da CNN em Brasília. A posição do Brasil surge em meio a crescentes tensões internacionais após as recentes eleições presidenciais venezuelanas.
No programa WW de quinta-feira (1º), Rittner afirma que o Brasil não considera a posição americana como simplesmente antagônica à proposta conjunta de Brasil, Colômbia e México. O governo brasileiro interpretaria a situação como um aumento significativo da pressão internacional sobre Nicolás Maduro.
Na leitura do governo brasileiro, está sendo oferecido a Maduro uma espécie de “bote salva-vidas” na forma de um grupo de países amigos da Venezuela, segundo análise.
Essa iniciativa daria a Maduro a possibilidade de negociar, independentemente de seu real desejo de fazê-lo.
O Brasil não deve reconhecer qualquer decisão proveniente da Suprema Corte da Venezuela, incluindo a legitimação dos resultados eleitorais que apontaram a vitória de Maduro.
No entanto, o governo brasileiro interpreta o prazo dado por Maduro à Suprema Corte como uma possível abertura para negociações com a comunidade internacional.
A postura do Brasil reflete uma abordagem cautelosa, buscando um equilíbrio entre a pressão internacional e a oferta de um canal de diálogo.
A análise de Rittner interpreta que a estratégia visa encontrar uma solução diplomática para a crise venezuelana, evitando medidas punitivas que poderiam agravar ainda mais a situação no país vizinho.