Américo Martins: Zelensky foi direto e criticou proposta de paz no discurso da ONU
Presidente ucraniano rejeita plano que congelaria linha de frente e acusa Rússia de colonialismo durante Assembleia Geral das Nações Unidas
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um discurso contundente na Assembleia Geral da ONU nesta quarta-feira (25), criticando diretamente a proposta de paz sugerida pelo Brasil e pela China para o conflito com a Rússia. Zelensky enfatizou que a Ucrânia não aceitará soluções que perpetuem o que ele chamou de “colonialismo brutal do passado”.
Durante seu pronunciamento, Zelensky afirmou que o verdadeiro ‘Prêmio Nobel da Paz’ seria fazer Vladimir Putin encerrar a guerra. O líder ucraniano destacou a disparidade de tamanho entre os dois países, mencionando que a Rússia é 20 vezes maior que a Ucrânia, mas ainda assim deseja anexá-la.
Para o analista sênior de Internacional da CNN Brasil, Américo Martins, o líder ucraniano “foi direto” em seu discurso.
Críticas ao plano de paz Brasil-China
Sem citar diretamente, Zelensky fez referência à proposta de paz apresentada pelo Brasil e pela China. Ele argumentou que qualquer plano que não exija a retirada imediata das tropas russas do território ucraniano é inaceitável. O presidente ucraniano insistiu em seu próprio plano de paz de 10 pontos, que inclui a retirada imediata dos soldados russos.
A proposta brasileira e chinesa, defendida pelo presidente Lula em seu discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, sugere o congelamento da linha de frente atual entre Rússia e Ucrânia. Na prática, isso significaria uma vitória para os russos, que atualmente ocupam cerca de 20% do território ucraniano.
Questão do Conselho de Segurança
Zelensky também abordou a composição do Conselho de Segurança da ONU, criticando a presença da Rússia como membro permanente com poder de veto. Ele ressaltou que o “agressor está dentro do Conselho de Segurança”, questionando a eficácia do órgão em lidar com a situação atual.
O discurso de Zelensky na ONU reforça a posição firme da Ucrânia contra qualquer solução que não envolva a completa restauração de sua integridade territorial. A menção direta ao Brasil e à China demonstra a rejeição categórica de Kiev a propostas que possam favorecer a posição atual da Rússia no conflito.