Américo Martins: Netanyahu critica ONU e ignora resoluções sugeridas
Primeiro-ministro israelense faz duras críticas ao Irã, pede libertação de reféns e reafirma compromisso de impedir acesso iraniano a armas nucleares
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, proferiu um discurso contundente na Assembleia Geral da ONU nesta sexta-feira (27), marcado por críticas à própria organização e por ignorar resoluções sugeridas pela entidade. O líder israelense aproveitou a tribuna para reafirmar a posição de seu país em questões cruciais do Oriente Médio.
Netanyahu iniciou sua fala destacando que Israel busca a paz, mas luta pela sobrevivência. Ele enfatizou as ameaças representadas pelo Hamas e pelo Hezbollah, grupos que o primeiro-ministro considera como riscos existenciais para o Estado de Israel.
Acusações contra o Irã e apelo por sanções
O discurso foi marcado por acusações diretas ao governo do Irã, a quem Netanyahu atribui a responsabilidade pela instabilidade na região. O primeiro-ministro israelense reiterou o compromisso de seu país em impedir que o Irã obtenha armas nucleares, chegando a sugerir a possibilidade de ação militar israelense para esse fim.
Netanyahu fez um apelo aos países democráticos por medidas mais duras contra o Irã, incluindo novas sanções para impedir o desenvolvimento de armas atômicas pelo regime iraniano. Para ilustrar sua argumentação, o primeiro-ministro apresentou mapas à Assembleia, buscando demonstrar visualmente os riscos que ele enxerga no programa nuclear iraniano.
Questão dos reféns e críticas à ONU
A situação dos reféns mantidos pelo Hamas foi outro ponto de destaque no discurso. Netanyahu fez um apelo direto ao grupo palestino pela libertação imediata dos cativos, usando inclusive uma fita amarela na lapela como símbolo de solidariedade às famílias dos reféns.
O primeiro-ministro não poupou críticas à própria ONU, afirmando que Israel é o país que mais sofre ataques dentro da organização. Netanyahu lembrou que defende Israel na ONU desde 1984, quando era embaixador do país na entidade.
É importante notar que, enquanto Netanyahu exige o cumprimento de certas resoluções, como a retirada do Hezbollah da fronteira com Israel, ele opta por ignorar outras, como as que determinam o fim dos assentamentos israelenses na Cisjordânia.
O discurso de Netanyahu foi marcado por protestos fora das Nações Unidas e pelo abandono do plenário por várias delegações no momento de sua chegada. A delegação brasileira, segundo apuração da CNN, não estava presente durante o discurso, embora não tenha saído no momento da chegada do primeiro-ministro israelense.