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    Ameaças de Putin visam dissuadir potências de entrar na guerra, diz professor

    Em entrevista à CNN, Carlos Gustavo Poggio analisou desdobramentos do anúncio do presidente russo de mobilização parcial

    Beatriz CripaRenata SouzaAnna Gabriela CostaVinícius Tadeuda CNN , em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (21), o especialista em Política Internacional Carlos Gustavo Poggio avaliou o anúncio do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de que haverá uma mobilização parcial de cidadãos russos para lutarem na guerra da Ucrânia.

    “Isso tudo para gerar um medo e esse medo seria uma forma dele impedir um envolvimento maior de potências ocidentais. Então esse é o objetivo dessa fala do Vladimir Putin: dissuadir eventuais potências ocidentais de se colocar de uma forma mais expressiva na guerra contra a Rússia”, analisou.

    Embora a fala do líder russo tenha gerado reações negativas da comunidade internacional, a avaliação de Poggio é de que o anúncio de Putin também demonstra o momento do confronto para o Kremlin. “Soa a fala de alguém que está crescentemente desesperado com o andamento da guerra”, explicou o especialista.

    O presidente russo ainda fez menção ao uso de armas nucleares, dizendo que poderia usar todos os meios a sua disposição na guerra.

    A avaliação de Poggio, no entanto, é de que, com base na história mundial, uma guerra nuclear é um cenário improvável.

    “Historicamente, o que a gente tem é que os líderes são racionais. Então o Putin, por exemplo, por mais que ele possa se mostrar um líder agressivo, ele valoriza muito o fato de que ele é presidente da Rússia”, afirmou.

    Por outro lado, as decisões de Putin podem depender de seus temores quanto aos resultados do confronto.

    “Pode ser que, eventualmente, se ele se torne muito desesperado, também há o círculo de pessoas que estão com o Putin. O Putin não é a única pessoa que manda na Rússia. Ele pode, eventualmente, sofrer um golpe interno”, disse o professor.

    Putin começa a perder o controle, diz professor da USP

    Diante do cenário atual, a análise do professor de História da Universidade de São Paulo Angelo Segrillo é de que Vladimir Putin começa a “perder o controle” da guerra.

    Segundo ele, a mobilização parcial indica que o curso da guerra escapa aos planos iniciais do Kremlin.

    “O fato de ele apelar para uma mobilização, mesmo que parcial, é um sinal de que as coisas não estão indo de acordo com o plano, como ele sempre fala”, afirmou.

    Apesar do desgaste, Segrillo explica que a possibilidade de o presidente russo ser deposto neste momento é remota. “Ele tem todo um sistema protegendo-o e uma coisa de que, as pessoas, é difícil se organizar contra ele, porque há uma grande censura, uma grande vigilância.”

    Além disso, “ele ainda tem um apoio de pessoas que, principalmente de idade mais antiga, que mais ou menos acreditam na propaganda oficial, mas existem vários outros poros, principalmente, o pessoal mais jovem, o pessoal rico que já está saindo de lá”, afirmou o historiador.

    “Escalada perigosa dessa guerra pode ultrapassar o território ucraniano”

    Em participação no WW desta quarta-feira (21), o especialista CNN em Relações Internacionais e ex-embaixador Rubens Barbosa falou sobre a escalada “perigosa” da guerra da Rússia contra a Ucrânia.

    Barbosa mencionou a possibilidade do uso de armas nucleares pelos russos, ação que pode ser instigada a Putin, eventualmente, após referendo realizado pelas regiões separatistas da Ucrânia entre os dias 23 e 27 de setembro.

    “A utilização de uma arma nucelar tática, dependendo de onde for usada, pode afetar a população russa, a reação política será maior, então não vejo uma saída rápida para essa situação, sobretudo depois dos cinco pontos que o Zelensky colocou hoje na Assembleia-Geral para uma eventual conversa“, disse.

    “Minha visão da escalada perigosa dessa guerra é que pode ultrapassar o território ucraniano”, acrescentou Rubens Barbosa.

    Assista às íntegras das entrevistas nos vídeos acima.

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