Aliança Global contra a Fome e Pobreza: veja como vai funcionar a iniciativa
Compromisso conta com adesão de 82 países mais União Europeia e União Africana, além de 67 integrantes entre organizações internacionais e instituições financeiras
O G20 lançou nesta segunda-feira (18), junto do início da Cúpula de líderes do bloco, a Aliança Global Contra a Fome.
A iniciativa conta com a adesão de 148 integrantes fundadores, dos quais 82 são países, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 34 organizações filantrópicas e não governamentais, além da União Africana e da União Europeia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que aliança terá um destino global e que este será o maior legado do Brasil na presidência do G20.
A iniciativa visa acelerar os esforços globais para erradicação da pobreza e da fome, os dois primeiros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estipulados pela Organização das Nações Unidas para serem atingidos até 2030.
Como vai funcionar?
Os países que aderiram à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza irão elaborar um plano para a erradicação da insegurança alimentar e redução da pobreza em seus territórios.
Para elaborar esse plano, os países contarão com diversas medidas que já foram testadas, como a transferência de renda, a alimentação escolar, a qualificação para o emprego, entre outras.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, disse à imprensa que serão instaladas bases da aliança em algumas cidades estratégicas no mundo.
A intenção é que haja uma espécie de escritório na capital dos Estados Unidos, Washington; na capital da Itália, Roma; na capital da Etiópia, Adis Abeba; e em Brasília. Possivelmente também haverá uma base na capital da Tailândia, Bangkok, para garantir a presença da aliança também na Ásia.
O objetivo dessa implementação seria facilitar as parcerias entre países e organizações.
Segundo Dias, haverá também o chamado Conselho dos Campeões, formado por lideranças mundiais com poder de influência em determinadas regiões e países que aderiram à iniciativa.
Entre essas pessoas estão representantes de alto nível dos países e das organizações que compõem o grupo. O máximo possível é 50 integrantes, sendo 25 representantes dos países e 25, das organizações. Até o momento foram indicados 18 nomes.
O Conselho terá o objetivo de ajudar a destravar acordos e avançar em parcerias. Os integrantes poderão falar em nome do projeto e convocar novos países e organizações a se juntarem à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
Orçamento e investimentos
Em relação ao financiamento, o ministro explicou que há dois blocos de contribuições. O primeiro é para a governança da aliança – o Brasil pretende contribuir com 50% do valor necessário. E o segundo para implementar, de fato, as ações para a erradicação da pobreza e da fome.
Os investimentos poderão ser feitos por meio de empréstimos oferecidos por instituições financeiras aos países e mesmo por recursos não reembolsáveis. O orçamento total ainda não está fechado.
“Hoje foi lançada a aliança. Sei que tem toda uma cobrança de qual é o valor total. A notícia boa é que começamos de um patamar elevado. Os anúncios de bancos, de fundos, de agentes financeiros apontam que temos uma grande perspectiva. Acredito que agora, a cada mês, a cada momento, vamos ter novos anúncios”, afirmou o ministro.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) já anunciou financiamento de US$ 25 bilhões para a Aliança Global, o equivalente à cerca de R$ 140 bilhões. Além disso, o Banco Mundial será parceiro da plataforma, contribuindo com dinheiro não reembolsável e empréstimos com juros baixos e prazos adequados.
Com informações da Agência Brasil.
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