Agências da ONU deixam capital da Síria; combates se intensificam
Rebeldes lutam contra o governo do presidente Bashar al-Assad
Agências da Organização das Nações Unidas (ONU) começaram a desocupar a capital da Síria, Damasco, à medida que os combates entre as forças do governo sírio e os grupos de oposição se intensificam.
Rebeldes entraram em Hama, a quarta maior cidade da Síria, na quinta-feira (5). Na sexta-feira (6), insurgentes começaram a se aproximar de Damasco. Tanto Homs, no norte, quanto Daraa, no sul, fortes confrontos foram registrados.
O repórter da China Media Group (CMG), Wang Weiwei, testemunhou na sexta ordens de desocupação da equipe da ONU.
“Encontrei muitos funcionários da ONU saindo do hotel. Quase todas as agências da ONU estão saindo neste momento. Poucos funcionários estão ficando. Enquanto eu entrava (no hotel) com meu colete à prova de balas, eles me desejaram segurança e me alertaram para tomar cuidado”, compartilhou Wang.
Na sexta, a fronteira entre a Síria e a Jordânia foi fechada e todas as passagens nos portos da divisa entre a Síria e o Líbano, exceto uma, também.
No entanto, em um supermercado próximo, apesar das ruas desertas, as pessoas fizeram filas para comprar produtos. As prateleiras estavam abastecidas e os clientes não demonstraram sinais de pânico.
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.