África do Sul pede ao Tribunal da ONU mais ações contra Israel e cita urgência
País africano abordou fome na Faixa de Gaza e pontuou que "o povo de Gaza não pode esperar"
A África do Sul pediu à Corte Internacional de Justiça (CIJ) que ordene mais medidas de emergência contra Israel, afirmando que o país viola as medidas que estão em vigor, disse o tribunal superior da ONU nesta quarta-feira (6).
No seu requerimento, a África do Sul advertiu que os palestinos em Gaza enfrentam a fome e pediu ao tribunal que ordene que todas as partes cessem as hostilidades e libertem todos os reféns e detidos.
Em comunicado, a Presidência sul-africana alertou que o povo de Gaza não pode esperar.
“A ameaça de fome total agora se materializou. O tribunal precisa agir agora para parar a tragédia iminente, assegurando imediata e eficazmente que os direitos que descobriu estarem ameaçados pela Convenção do Genocídio sejam protegidos”, acrescentou.
A África do Sul também pediu ao tribunal que ordene que Israel tome “medidas imediatas e eficazes para permitir a prestação de serviços básicos urgentemente necessários e assistência humanitária para enfrentar a fome e a inanição” em Gaza.
Acrescentou que a CIJ deveria tomar estas medidas sem agendar novas audiências devido à “extrema urgência da situação”.
Em janeiro, o Tribunal da ONU ordenou a Israel que se abstivesse de quaisquer atos que pudessem ferir a Convenção do Genocídio e que garantisse que as suas tropas não cometessem atos genocidas contra os palestinos, depois de a África do Sul ter acusado o país de genocídio liderado pelo Estado em Gaza.
Israel e os seus aliados ocidentais classificaram a acusação como infundada. Uma decisão final no caso na CIJ em Haia poderá levar anos.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas, em 7 de outubro, às comunidades do sul de Israel, que, segundo Israel, deixou 1.200 mortos e 253 feitos reféns.
Nos cinco meses desde então, as autoridades palestinas dizem que Israel matou mais de 30 mil pessoas na Faixa de Gaza, deslocou a maior parte dos seus 2,3 milhões de habitantes, causou fome e doenças generalizadas e devastou grande parte do território.