África do Sul impõe quarentena nacional após salto nos casos de coronavírus
Casos confirmados foram de 274 para 408
A África do Sul decretou quarentena nacional para tentar conter o avanço do novo coronavírus (COVID-19). Nesta segunda (22), os casos confirmados saltaram de 274 para 408 — o país ultrapassou o Egito e se tornou a nação africana mais afetada pelo vírus.
O presidente Cyril Ramaphosa declarou que a África do Sul precisa aumentar drasticamente suas providências para frear o contágio pela infecção. “Da meia-noite de quinta-feira (26) até a meia-noite de 16 de abril, todos os sul-africanos deverão ficar em casa”, disse.
A população ainda poderá sair de casa para buscar auxílio médico, comprar comida ou coletar auxílios sociais. Profissionais de saúde e segurança serão exceções.
“Enquanto essa atitude terá um impacto considerável no sustento das pessoas, na vida da nossa sociedade e na nossa economia, o custo humano de postergar essa ação seria muito, muito maior”, disse Ramaphosa.
Todos os empreendimentos deverão ficar fechados, a não ser por farmácias, laboratórios, bancos, a bolsa de valores de Johannesburgo, supermercados, postos de combustível e serviços de saúde. Soldados apoiarão a polícia para manter as restrições.
Viajantes que chegaram na África do Sul depois de 9 de março vindos de países de “alto risco” ficarão confinados a seus hotéis até que completem 14 dias de isolamento.
Ramaphosa também anunciou resgates a negócios e um pacote econômico de 3 bilhões de rands (aproximadamente R$ 868 milhões) para a indústria.
A África do Sul tem o maior número de casos confirmados de COVID-19 na África subsaariana, e especialistas em saúde temem que esses pacientes possam sobrecarregar o sistema de saúde nacional se os casos continuarem a subir.
Neste mês, o governo já havia anunciado estado de calamidade pública por conta do vírus e restringido a entrada de passageiros vindos da China, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos.
Coronavírus na África
Depois da África do Sul, o país mais impactado pela doença no continente é o Egito, com 327 casos confirmados e 14 mortes. Em seguida, vem a Argélia, com 201 casos e 17 mortes.
O Zimbábue fechou todas as suas fronteiras para tráfego de pessoas, exceto cidadãos que estejam retornando, depois da confirmação da primeira morte pelo vírus. Reuniões em público também foram suspensas indeterminadamente.
A Nigéria, o país mais populoso do continente, e a Etiópia fecharam suas divisas terrestres. Nesta segunda, as infecções no Quênia subiram de uma para 16, e no Senegal, de 12 para 79.
Com Reuters