‘Afeganistão pode se tornar celeiro para organizações terroristas’, diz professor
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu caçar e fazer os responsáveis pagarem pela ação terrorista em Cabul
O Afeganistão, após a tomada do grupo Talibã, pode se tornar um celeiro para organizações terroristas. Esta é a afirmação do professor de Relações Internacionais da ESPM Roberto Uebel.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu caçar e fazer os responsáveis pagarem pela ação terrorista em Cabul. O grupo que assumiu a autoria é o estado islâmico Isis-K, um braço do grupo terrorista conhecido por ataques na Europa.
“É um cenário de grande instabilidade, e um dos cenários possíveis acabou se concretizando: o Afeganistão seguir o caminho que hoje o Iêmen, que fica na península arábica, segue, de grande instabilidade e um celeiro para grupos e organizações terroristas, com esse novo braço do estado islâmico, que é o Isis-K”, avaliou o docente.
Uebel disse ainda que além de ser o primeiro grande problema de política externa de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos, é também o primeiro desafio do regime Talibã, uma vez que seus militantes precisam conciliar um ambiente de grande instabilidade.
“Se tem de um lado os que seguem as posições do Talibã, temos este elemento novo que é uma organização terrorista transnacional, ou seja, que atua além do território do Afeganistão, que é o Isis-K, e temos a possibilidade de retorno também de elementos mais extremistas do Al-Qaeda.”
Isis-K
O grupo Isis-K assumiu a responsabilidade por um ataque ao lado de fora do aeroporto de Cabul, no Afeganistão, nesta quinta-feira (26), disse a Agência de Notícias Amaq, em seu canal Telegram.
Em um comunicado, o grupo afirmou que um militante realizou um ataque suicida contra pessoas perto do aeroporto, e acrescentam ainda que o nome do atacante suicida é “Abdul Rahman al-Logari”.
Duas explosões nos arredores do aeroporto de Cabul deixaram ao menos 100 mortos.

Isis-K é um grupo autointitulado terrorista que surgiu pela primeira vez na região chamada Khorasan (entre o Afeganistão e Paquistão), em 2015, segundo o professor e mestre em relações internacionais Tanguy Baghdadi.
(*com informações da Reuters)