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    Acionar tribunal contra Putin teria alto custo político e financeiro, diz professora

    "É uma movimentação importante, mas ainda assim envolve uma série de outros fatores e nuances que precisam ser considerados", diz Bárbara Motta, da UFS

    Da CNN Brasil

    É crescente a pressão para que o Tribunal Penal Internacional (TPI) avalie a possibilidade de processar o presidente russo, Vladimir Putin, por possíveis crimes de guerra cometidos após a invasão da Ucrânia.

    O próprio tribunal disse na semana passada que apoia as investigações, após a Rússia atacar uma usina nuclear ucraniana. No entanto, esse processo não seria simples, além de custoso financeira e politicamente para a comunidade global, alerta a professora de relações internacionais da UFS (Universidade Federal de Sergipe) Bárbara Motta.

    “É uma movimentação importante, mas ainda assim envolve uma série de outros fatores e nuances que precisam ser considerados”, diz. “Primeiro, é necessário que a comunidade internacional defina o que deseja exatamente com esse processo, para além de punir Putin ou de oficializar uma manifestação mais clara de repúdio ao presidente russo”.

    Uma eventual condenação de Putin, levanta questões que precisam ser consideradas antes de qualquer ação, explica a especialista.

    “Como avaliar a correlação de forças políticas dentro da Rússia? Existe uma outra liderança política possível para suceder Putin? E como será essa liderança? Será mais palatável para o Ocidente ou mais avessa ou condenatória em relação a práticas que já são vistas por certos grupos na russos como inaceitáveis de expansão do ocidente, como a expansão da Otan?”, diz.

    O processo de acionar o TPI pode ser extremamente custoso, não só do ponto de vista político, mas também do financeiro. “Os tribunais penais que vimos em outras circunstâncias, como em Ruanda, demoraram anos para conseguir chegar a algum tipo de conclusão e de condenação aos indivíduos que estiveram envolvidos no conflito”, diz Motta.

    O Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR) foi estabelecido por uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em novembro de 1994, e só foi concluído em 2015.

    Em 20 anos de trabalho, o tribunal julgou pouco mais de 93 pessoas e condenou 64, pelo genocídio de ao menos 800 mil pessoas da etnia tutsi por hutus. O número corresponde a pouco mais de 11% da população do país africano.

    Veja a entrevista completa no vídeo acima.

    *Publicado por Ligia Tuon

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