A transição de poder sem igual na história dos Estados Unidos
Ex-presidente Donald Trump não quis participar, quebrando uma tradição de mais de 150 anos
Uma transição de poder sem igual na história dos Estados Unidos. Um país devastado pela pandemia da Covid-19, que já matou mais de 400 mil americanos, e dividido pelas diferenças políticas e receios de ataques, que transformaram a capital americana numa espécie de fortaleza.
Superar essas questões foi a principal mensagem enviada de Washington para o restante do país. E, para dar o exemplo, ex-presidentes americanos, democratas e republicanos, compareceram à posse de Joe Biden.
Donald Trump não quis participar, quebrando uma tradição de mais de 150 anos, mas o agora ex-vice-presidente americano, Mike Pence, marcou presença no evento.
Kamala Harris fez parte como protagonista ao se tornar a primeira mulher negra e de origem sul-asiática a ser empossada como vice-presidente dos Estados Unidos. Momento histórico recebido sob aplausos, depois que ela jurou a Constituição Americana.
Em seguida, foi a vez de Joe Biden. Com as mãos sob uma bíblia que pertence à família dele há 127 anos, o juramento foi feito diante do presidente da Suprema Corte americana, John Roberts.
Visivelmente emocionado e ao lado da família, Biden, oficialmente, entrou para a história.
No discurso, ele enviou um recado de união aos americanos diante de tempos tão difíceis. Amor, honestidade, dignidade e igualdade foram palavras repetidas por Biden, que focou no futuro do país e quis marcar o começo de uma nova era.
“Hoje celebramos o triunfo não de um candidato, mas de uma causa: a causa da democracia. E, nesse momento, meus amigos, a democracia prevaleceu”, afirmou o presidente dos Estados Unidos.
Recém-empossado, Biden alertou que os desafios são grandes, mas ofereceu uma mensagem de esperança. “Há muito para reparar, restaurar, curar e construir, mas prometo a vocês: nós não vamos falhar”, afirmou ele que, como primeiro ato presidencial, pediu uma prece pelas vítimas da pandemia.
O presidente americano também enviou sinais claros. Ao mundo, deixou nítido aos aliados que os Estados Unidos estão de volta ao cenário internacional. Internamente, disse que vai lutar por todos os americanos e citou até Martin Luther King, indicando um compromisso por igualdade.
E a diversidade já estava na plateia da posse e até nos shows musicais, com a cantora pop de origem porto-riquenha, Jennifer Lopez que, em espanhol, pediu liberdade e justiça para todos. E Lady Gaga, que se emocionou ao cantar o hino americano.
Depois tomar posse como 46º presidente dos Estados Unidos no Capitólio, com um discurso em que pediu união e defendeu a democracia, Biden seguiu uma tradição americana e foi até o Cemitério Nacional de Arlington, prestar homenagem aos soldados que morreram em guerras defendendo o país e que nunca tiveram seus restos mortais identificados.
Pela nova conta no Twitter, o novo presidente afirmou que não há tempo a perder ao enfrentar a crise que o país atravessa. E, de fato, para ele, o trabalho começou no fim da tarde desta quarta-feira, quando foi, enfim, escoltado até a Casa Branca, lugar que Joe Biden já esteve antes como vice-presidente dos Estados Unidos.
Mas, agora, os desafios são outros.