“A esperança morre”: população de Moscou reage à morte de Navalny
Vigílias para homenagear um dos principais críticos de Putin foram espalhadas pela cidade
Os moradores de Moscou reagiram à notícia da morte de Alexey Navalny na sexta-feira (16), com alguns descrevendo isso como “destino”, enquanto outros disseram estar “chocados”.
Algumas pessoas depositaram flores e uma foto de Navalny em um memorial improvisado na capital russa, segundo imagens da Reuters.
Valeria, uma guia turística de 23 anos, chamou Navalny de “símbolo” em uma entrevista à Agence France-Presse.
“Em primeiro lugar, um símbolo de oposição, um símbolo de esperança em um futuro melhor para a Rússia. E há um sentimento de que, com a sua morte, esta esperança morre. Se ainda houvesse alguma esperança, é menor agora do que foi antes”, disse ela.
Artur, um estudante de biologia de 27 anos, disse à AFP: “Você começa a ter vontade de ir embora porque deixa de acreditar em mudanças positivas.” Vladimir, um ex-psicólogo de 84 anos, chamou Navalny de “um elemento simplesmente fundamental da vida para nós”.
Alexander, morador de Moscou, disse à Reuters que achava que a morte de Navalny era “esperada”, e acrescentou: “as notícias diziam que ele estava sendo mantido em más condições, impróprias para viver”.
Enquanto isso, Tatiana, outra moradora da capital disse: “tudo pode acontecer na vida. Acho que é o destino, honestamente.” E acrescentou: “não é político nem nada. Eu acho que… é uma pena. Estou chocada e chateada. É uma pena para a família. Ele era um homem jovem, deveria ter vivido muito tempo”.
Outro residente de Moscou, Mikhail, disse acreditar que os “inimigos” da Rússia “devem ser combatidos, quanto mais cedo melhor”. “Glória à nossa liberdade mundial e ao nosso presidente”, disse ele.
Apoiadores de Navalny
Navalny conquistou uma base de apoio considerável durante sua carreira política, organizando protestos de rua antigovernamentais e usando seu blog e mídias sociais para expor uma suposta corrupção no Kremlin e nos negócios russos.
Ele e os seus apoiadores alegaram que a sua detenção e encarceramento em 2021 tiveram motivação política, com o objetivo de amordaçar a sua dissidência contra o presidente russo, Vladimir Putin.