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    “A eleição que ninguém quer”: EUA rejeitam novo duelo Trump x Biden

    A um ano da próxima eleição presidencial americana, os dois nomes favoritos para a disputa não são, na verdade, os favoritos da população

    Mariana Janjácomoda CNN , Nova York, EUA

    Seis a cada dez eleitores registrados para votar nos Estados Unidos não querem que Donald Trump seja presidente mais uma vez. Quase 2/3 dos eleitores (65%) dizem o mesmo sobre Joe Biden. Hoje, menos de 40% da população aprova os mandatos de ambos. Ainda assim, Biden e Trump são os dois nomes que devem disputar a presidência dos EUA em 5 de novembro do ano que vem.

    A insatisfação com os dois mais prováveis oponentes é tão grande que até mesmo o interesse em uma terceira opção tem crescido.

    Pela primeira vez desde 1992 um candidato independente registrou mais de 20% de apoio a um ano da eleição: Robert F. Kennedy Jr., sobrinho de John Kennedy, conseguiu 22% das intenções de voto entre eleitores registrados.

    Historicamente, candidatos independentes perdem a relevância conforme a data da votação se aproxima. Desta vez, não deve ser diferente. Mas somado à baixa aprovação do presidente e à falta de popularidade do favorito da oposição, o bom desempenho até agora de RFK Jr. ajuda a criar o retrato de um cenário pré-eleitoral incomum nos Estados Unidos.

    A economia é o calcanhar de Aquiles de Biden; mesmo com a melhora nos índices econômicos, americanos ainda sentem no bolso o peso de uma inflação que atingiu recordes no ano passado.

    A situação da política externa, com duas guerras em que os EUA têm lutado para demonstrar protagonismo, também não o ajuda, assim como a crise migratória.

    A decepção com os rumos do país faz, naturalmente, com que muitos procurem a oposição. E, nesse momento, o favorito para representar os republicanos acumula 91 acusações criminais dos processos em que é réu.

    Apesar disso, segue firme na liderança entre os pré-candidatos – tão firme, que se recusou a participar dos três debates do partido até agora, alegando que o público já o conhece.

    A um ano da eleição, ainda há tempo para redefinição de estratégias e surpresas ao longo do caminho.

    O desempenho de Biden nas primárias de 2019 é prova disso: sua pré-candidatura para representar os democratas só ganhou força depois da votação na Carolina do Sul, no final de fevereiro. Antes, muitos preferiam apostar em Bernie Sanders ou em Pete Buttigieg para concorrer contra Trump.

    Mas o cenário inédito no país, com um ex-presidente acusado criminalmente em busca do segundo mandato e um atual governo com índices de aprovação historicamente baixos, já fez com que a imprensa americana apelidasse o provável segundo duelo entre Trump e Biden de “a eleição que ninguém quer”.

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