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    18 corpos são encontrados após incêndios na Grécia durante onda de calor

    Dezenas de incêndios florestais devastam a Grécia e outras partes da região sofrem sob um calor intenso à medida que o verão extremo na Europa continua

    Sugam PokharelDalal MawadLaura Paddisonda CNN

    Os corpos de 18 pessoas foram encontrados queimados depois de incêndios florestais atingirem a Grécia nesta terça-feira (22).

    Os mortos, encontrados perto de um vilarejo no norte da Grécia, podem ser migrantes, segundo os bombeiros. Na segunda-feira (21), outra pessoa já havia morrido em um incêndio a noroeste da capital, Atenas.

    Enquanto dezenas de incêndios florestais devastam a Grécia, outras partes da região sofrem sob um calor intenso, à medida que o verão extremo na Europa continua.

    As mortes acontecem em um momento em que a Europa está sob mais uma onda de calor extremo. Mais de 20 países estão sob alerta por conta do calor, com temperaturas atingindo níveis recordes em algumas áreas.

    “Condições de guerra”

    Centenas de bombeiros na Grécia estão combatendo cerca de 65 incêndios florestais que eclodiram nos últimos dias, informou a agência de notícias estatal ANMA na segunda-feira.

    Alguns dos principais incêndios florestais estão ocorrendo na cidade de Alexandroupolis, no nordeste da Grécia, onde 13 comunidades foram evacuadas desde sábado (19), de acordo com o corpo de bombeiros.

    Cerca de 200 pacientes foram evacuados de dois hospitais da cidade nesta terça-feira. Uma enfermeira do Hospital de Alexandroupolis, Nikos Gioktsidis, comparou a situação à guerra, em entrevista à Reuters: “Trabalho há 27 anos. Nunca vi nada assim. São como condições de guerra, na verdade.”

    Até segunda-feira, os incêndios queimaram mais de 8.500 hectares, de acordo com o Serviço de Gerenciamento de Emergências Copernicus da União Europeia.

    A União Europeia destacou duas aeronaves de combate a incêndios de Chipre e uma equipe da Romênia com 50 bombeiros para ajudar a Grécia a controlar os incêndios.

    “Estamos em estado de emergência de ‘categoria 5’, como estaremos também na terça-feira devido às temperaturas muito altas e aos ventos fortes”, disse Artopios, do corpo de bombeiros grego, nesta segunda-feira, segundo a ANMA.

    A Grécia teve uma temporada devastadora de incêndios florestais este ano – pelos piores incêndios registrados em julho desde 2003.

    Incêndios atingem a Grécia durante onda de calor extremo. / Reuters

    No mês passado, incêndios florestais mortais também atingiram partes da ilha grega de Rodes, forçando milhares de turistas a fugir de seus hotéis no que as autoridades gregas disseram ser o maior esforço de evacuação da história do país.

    Incêndios florestais fora de controle também continuam a ocorrer em Tenerife, nas Ilhas Canárias, na Espanha, com mais de 12 mil pessoas forçadas a deixar suas casas.

    O governo espanhol vai declarar as áreas afetadas pelos incêndios florestais em Tenerife como uma “zona de desastre” assim que o incêndio estiver controlado, disse o primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, na segunda-feira, durante uma visita à ilha espanhola.

    Alerta vermelho para o calor

    À medida que partes da Grécia e da Espanha queimam, as temperaturas atingem níveis recorde noutras partes da Europa.

    Existem 21 países em todo o continente sob alertas de calor, com seis deles sob alerta vermelho – o nível mais alto – segundo a MeteoAlarm, uma rede de serviços meteorológicos nacionais europeus.

    Incêndios atingem a Grécia durante onda de calor extremo. / Reuters

    A França é um dos países mais afetados.

    A agência meteorológica nacional do país, Météo France, alertou no domingo (20) que a onda de calor desta semana seria a “mais quente do verão de 2023”. E acrescentou que é raro uma onda de calor de “tal intensidade” ocorrer no final do verão.

    Alertas de ondas de calor de “nível vermelho” foram declarados em 19 áreas da França nesta terça-feira. Essas regiões estão sofrendo com temperaturas muito altas, algumas chegando a mais de 40°C.

    Falando à afiliada da CNN BFMTV na segunda-feira, o ministro da saúde francês, Aurélien Rousseau, disse que “a França pode atingir temperaturas nunca medidas antes”.

    Alguns recordes já foram batidos, segundo dados de Maximiliano Herrera, climatologista e historiador do tempo.

    Recordes foram quebrados em três comunas, disse ele, incluindo Puy St. Martin, uma comuna em Drôme, onde as temperaturas atingiram 42,5°C na segunda-feira.

    Rousseau alertou os franceses para serem “extremamente vigilantes” nos próximos dias, enfatizando que a proteção de idosos, crianças pequenas, pessoas isoladas e deficientes continua “no centro” das preocupações do governo.

    As temperaturas também estão altas na Itália, que enfrentou várias ondas de calor este ano. Savona, no noroeste, registrou um recorde histórico de 39,1°C na segunda-feira.

    Derretimento das geleiras na Suíça

    A Suíça também está registrando altas temperaturas.

    MeteoSchweiz, o serviço meteorológico suíço, disse que um novo recorde foi quebrado para a altura do “nível de congelamento” – ou seja, o ponto acima do solo em que as temperaturas caem para 0°C.

    Um balão meteorológico teve que subir para um recorde de 5.298 metros acima do nível do mar antes que o limite de zero grau fosse atingido, segundo o MeteoSchweiz postou na segunda. Este é o nível de congelamento mais alto desde que os registros começaram em 1954.

    Existem sérias preocupações sobre o que isto significa para as geleiras do país. No ano passado, as geleiras suíças registraram sua pior taxa de derretimento desde o início dos registros, perdendo 6% de seu volume restante.

    A onda de calor na Europa deverá continuar pelo menos até quarta-feira, antes que haja algum alívio.

    Os cientistas estão certos de que o tipo de clima extremo que a Europa e outras partes do Hemisfério Norte estão experimentando neste verão só se tornará mais comum e mais severo à medida que os humanos continuarem a queimar combustíveis fósseis que causam o aquecimento global.

    Julho foi o mês mais quente já registrado na história do planeta. Os cientistas alertam que a onda de calor que queimou o Mediterrâneo, assim como partes dos Estados Unidos, teria sido praticamente impossível sem a crise climática causada pelo homem.

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