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    1/3 dos hospitais nos EUA têm lotação acima de 90% em UTIs

    Projeção indica que, mesmo com início da vacinação, EUA podem ter 500 mil mortes por Covid-19 até abril de 2021

    Drive-through de testes para o coronavírus operando no bairro do Queens, em Nova York, Estados Unidos
    Drive-through de testes para o coronavírus operando no bairro do Queens, em Nova York, Estados Unidos Foto: Luiza Duarte/ CNN

    Por Holly Yan, Christina Maxouris e Deidre McPhillips, da CNN

    Em meio à escalada de casos do novo coronavírus, dados recém-divulgados pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA mostram que pelo menos 200 hospitais do país operavam com toda sua capacidade na semana passada. Segybdo o mesmo relatório, em um terço de todos os hospitais mais de 90% de todos os leitos de UTI estavam ocupados.

    Os pacientes com Covid-19 atualmente ocuparam 46% de todos os leitos de UTI – acima dos 37% observados na primeira semana de novembro.

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    As hospitalizações nos Estados Unidos atingiram um recorde de 107.248 na quinta-feira, de acordo com o Covid Tracking Project. Médicos acreditam que os números ainda vão piorar, já que o aumento previsto após o Dia de Ação de Graças levou a infecções generalizadas e hospitalizações e mortes recorde.

    “As coisas estão realmente ruins”, disse o Dr. Ashish Jha, reitor da Escola de Saúde Pública da Universidade Brown.

    “O que vimos nas últimas semanas é um aumento acentuado nas infecções. E o que sabemos – desde o início desta pandemia – é que as infecções são seguidas por hospitalizações, que são seguidas por mortes”

    Em todo o país, mais hospitais estão ficando sem profissionais de saúde ou leitos de UTI, forçando alguns médicos a enviar pacientes para fora do estado.

    “O impacto não está apenas nas pessoas com Covid-19. É um impacto em qualquer pessoa que precise de cuidados hospitalares”, disse Jha. “Os hospitais estão ficando sem leitos para todos. Portanto, é um problema de saúde pública muito mais amplo do que apenas um problema de Covid.”

    Um dia de extrema esperança e desespero

    A quinta-feira (10) deveria ser um dia de grande esperança, já que o comitê da Food and Drug Administration (FDA), a agência reguladora dos EUA, recomendou que a vacina contra Covid-19 da Pfizer fosse autorizada para uso de emergência.

    Mas também é um dia de perdas devastadoras. O número de mortos em um dia pela Covid-19 atingiu um recorde de 3.124 na quarta-feira, de acordo com a Universidade Johns Hopkins. São mais mortes do que as sofridas nos ataques de 11 de setembro. E especialistas dizem que o número de mortos vai piorar.

    Mais de 200.000 novas infecções também foram registradas na quinta-feira – levando inevitavelmente a ainda mais hospitalizações e mortes.

    “Estamos em uma crise de saúde totalmente sem precedentes neste país”, disse a ex-secretária do HHS, Kathleen Sebelius.

    “A doença está em toda parte – Centro-Oeste, Costa Oeste, Costa Leste, Norte, Sul. Os profissionais de saúde estão exaustos. Os hospitais estão totalmente lotados.”

    Projeção prevê 500.000 mortes até abril

    Mais de 500.000 pessoas nos Estados Unidos morrerão de Covid-19 até abril de 2021 – mesmo com o início das vacinações -, segundo uma projeção divulgada pelo Institute for Health Metrics and Evaluation.

    O número de mortos pode chegar a 502.000 até 1º de abril, mas será menor se mais pessoas usarem máscaras, disseram os pesquisadores. Em entrevista à CNN, o Dr. Chris Murray, participante do levantamento, afirmou 72% dos americanos usam máscaras e 56.000 pessoas a menos morreriam se o uso da máscara aumentasse para 95%.

    O pior cenário, baseado na flexibilização das ordens de saúde pelos estados, prevê 598.000 mortes até abril.

    O modelo atual prevê 37.000 mortes a menos do que o anterior porque as hospitalizações e o número de casos estão se estabilizando no meio-oeste. Os americanos em geral reduziram suas viagens e alguns estados impuseram novas medidas de saúde, afetando o modelo, disse o instituto em um comunicado à imprensa.

    A vacinação também ajuda. Entre 25.200 vidas e 44.500 podem ser salvas até abril, disseram os pesquisadores, dependendo da velocidade da implantação.

    Uma previsão composta dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA projeta um total de 332.000 a 362.000 mortes por Covid-19 até 2 de janeiro. Essa previsão combina modelos de 40 grupos de pesquisa independentes.