Por uma agenda de diversidade e equidade de gênero
A sociedade tem dado passos largos em direção à igualdade de gênero. Mas, se muito foi feito, muito ainda há por fazer. O tratamento diferente dispensado a homens e mulheres ainda persiste em muitos segmentos. As oportunidades não são as mesmas. Precisamos, pois, de uma agenda de diversidade e equidade de gênero.
A questão da diversidade não é apenas demográfica. Ela aborda as diferentes experiências de vida das pessoas para que todos se sintam incluídos e possam contribuir plenamente para seu trabalho ou organização. Quanto à equidade, refere-se ao tratamento justo e oportunidades para todos, independentemente de características individuais como idade, gênero, raça, etnia, cultura, status socioeconômico ou talento. Todos esses fatores desempenham papel fundamental na forma como nos vemos e aos outros – daí a necessidade de uma agenda que enfrente essas questões.
Há quem acredite que equidade é equivalente a uniformidade. Trata-se, no entanto de uma construção social sem lastro na vida real. Equidade tem a ver, isto sim, com tratamento equânime de oportunidade.
A verdade é que, sem inclusão, as iniciativas focadas na diversidade serão incompletas. Para criar um local de trabalho onde todos se sintam incluídos, precisamos reconhecer que gênero, etnia, idade e outros fatores desempenham um papel na forma como as pessoas percebem os riscos e valorizam as oportunidades. A sensação de pertencimento é essencial para que a agenda da diversidade vá além do discurso politicamente correto.
Como criar um local de trabalho realmente inclusivo? Primeiro, obviamente, é preciso reconhecer as diferenças entre as pessoas. É importante lembrar que todos experimentam gênero, etnia e outros fatores de maneira diferente. O que é perfeitamente normal para uma pessoa pode ser desconfortável e até ofensivo para outra.
A seguir, é necessário criar um ambiente onde as pessoas se sintam seguras para serem elas mesmas. Se elas não se sentirem seguras, terão menos confiança em avançar em suas carreiras. A confiança pode derivar, por exemplo, da percepção de que se é valorizado por seu trabalho. Organizações com uma agenda de diversidade e equidade de gênero podem fornecer esse tipo de apoio aos funcionários e criar ambientes onde as pessoas possam se expressar plenamente.
O que fazer, na prática? Seja aberto e honesto ao avaliar esses fatores que afetam a organização, os colegas, os funcionários. Crie, por exemplo, um espaço seguro para os funcionários falarem sobre quaisquer questões. Dissemine uma cultura de apoio a tais iniciativas. Isso pode ajudar colaboradores que estão sofrendo violência ou assédio com base no gênero.
Empresas e organizações comprometidas em construir um local de trabalho diversificado e inclusivo encontrarão sucesso com uma agenda de diversidade e equidade de gênero. Colaboradores que podem se expressar sem receio de represálias se identificam mais com a empresa não hesitam em vestir a camisa da equipe. Todos se beneficiam. Há maior retenção de talentos, sobretudo de mulheres. É um verdadeiro jogo de ganha-ganha.
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