Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    • Fórum CNN
    • Rogério Ceron - Secretário do Tesouro Nacional
    Ver mais sobre o autor
    • Rogério Ceron
      Rogério Ceron - Secretário do Tesouro Nacional

      Graduado e Mestre em Economia pela UNICAMP e Doutor em Administração Pública pela FGV-SP, servidor de carreira há mais de 15 anos tendo ocupado nesse período diversas funções de alto escalão no setor público: Secretário de Finanças do Município de São Paulo (2015-2016), Secretário Adjunto da Fazenda do Estado de São Paulo (2017-2018), Secretário Adjunto de Finanças do Município de São Paulo (2015), Secretário Adjunto de Desestatização e Parcerias (2018), Subsecretário do Tesouro do Município de São Paulo (2011-2015) e Chefe da Assessoria Econômica do Município de São Paulo (2010-2011).

      De 2018 a 2022 foi Diretor-Presidente da São Paulo Parcerias, companhia responsável pela estruturação de projetos de concessões, PPPs e alienações de ativos na Prefeitura de São Paulo.
      Atualmente ocupa o cargo de Secretário do Tesouro Nacional.

      Na área de Concessões e PPPs liderou a estruturação de mais de 30 projetos de Concessões e PPPs em diversos segmentos, com destaque para projetos inéditos de infraestrutura social, sendo que 14 deles já estão concluídos e com contratos assinados.

      Fechar

    O Mercado de PPPs volta à cena

    Desde a sua criação em 2004, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) vêm se consolidando como um instrumento moderno e capaz não só de alavancar investimentos, mas principalmente de assegurar a prestação de serviços públicos ou de interesse público de qualidade à população. Projetos que já estão em operação como o da PPP de unidades escolares em Belo Horizonte, do Complexo Penal do Estado de Minas Gerais e o de Hospitais na Bahia e em São Paulo evidenciam, apenas para citar alguns exemplos, como é possível viabilizar infraestrutura e serviços públicos de qualidade de forma sustentável.

    Entre os setores que vêm sendo ou podem ser beneficiados pelo avanço das PPPs, há destaque para Iluminação Pública, Saneamento, Rodovias, Educação, Saúde e Energia Renovável. Ao elencar tais setores, não é preciso discorrer muito para deixar claro que as PPPs podem trazer um avanço social e econômico brutal para o Brasil, propiciando a solução de gargalos de infraestrutura e serviços de qualidade em áreas fundamentais para o desenvolvimento sustentável do país.

    Entretanto, mesmo com avanços que levaram o país a atingir quase 200 projetos viabilizados, o alcance da expansão em áreas estratégicas nos seus quase 20 anos de existência foi aquém do seu potencial, o que motiva aprimoramentos no arcabouço institucional desse instrumento para que ocorra a aceleração do ritmo de estruturação e viabilização de projetos para o atendimento da demanda social represada.

    Exatamente por ser um instrumento moderno que tem potencial para impulsionar investimentos e, principalmente, levar infraestrutura e serviços de qualidade para a população de forma eficiente, que o Governo Federal, por intermédio do Ministério da Fazenda e Casa Civil, colocou o tema na agenda prioritária.

    Na primeira fase das medidas anunciadas está a criação de instrumento para propiciar que a União possa atuar como garantidora de projetos de PPPs de Estados e Municípios. A estruturação de garantias adequadas é um dos principais gargalos que inviabilizam bons projetos, o que é um diagnóstico consensual entre especialistas do setor. Assim, essa medida cria condições para redução de riscos nos projetos e propicia condições mais favoráveis para atração do interesse de investidores nesses projetos, o que se traduzirá em mais projetos viabilizados, com mais concorrência entre os investidores e, portanto, com menor preço para o setor público e mais serviços de qualidade para a população.

    Mas não é só. A possibilidade de realização de operações de crédito para aportes durante a fase de obras desses projetos também passa a ser disponibilizada pela União aos Estados e Munícipios, na mesma linha de aumento de atratividade e redução de riscos ao parceiro privado, viabilizando projetos mais atrativos e mais eficientes.

    Por fim, amplia-se a possibilidade de emissão de debêntures incentivadas por parte dos investidores. Antes restrita a infraestrutura econômica, agora também será estendida a projetos de infraestrutura social, incluindo habitação social e requalificação urbana, educação, saúde, parques urbanos e unidades de conservação, equipamentos culturais e esportivos, entre outros. Essa medida cria condições para que os próprios concessionários possam ir a mercado e captar mais recursos a menores custos para viabilizar os investimentos necessários em seus projetos.

    Tais medidas por si só já possuem o condão de impulsionar o setor e provavelmente representam o maior avanço no arcabouço institucional desde 2004, mas ainda há mais por fazer. Há mais gargalos a serem resolvidos para que esse mercado possa crescer exponencialmente e que  nos próximos 4 ou 5 anos mais projetos possam ser viabilizados do que nos 20 anos de existência das PPPs no Brasil. É possível e agora será necessário criar estímulos para que a capacidade de estruturação de projetos também cresça exponencialmente, o que passa pelo incremento do funding para financiamento da estruturação de projetos, melhorias regulatórias e capacitação em escala de profissionais para que não se tenha gargalos de recursos humanos para o setor. Enfim, os primeiros passos foram dados de forma consistente e irão impulsionar a agenda da infraestrutura no país.

     

    Fórum CNN

    Os artigos publicados pelo Fórum CNN buscam estimular o debate, a reflexão e dar luz a visões sobre os principais desafios, problemas e soluções enfrentados pelo Brasil e por outros países do mundo.

    Os textos publicados no Fórum CNN não refletem, necessariamente, a opinião da CNN Brasil.

    Sugestões de artigos devem ser enviadas a forumcnn@cnnbrasil.com.br e serão avaliadas pela editoria de especiais.

    Tópicos