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      Marcelo Oliveira - Líder global de negócios de medicina personalizada da Roche

      Marcelo Oliveira é líder global de negócios de medicina personalizada da Roche. Graduado em Administração, possui MBA em Marketing e Gestão pela Universidade Católica de Salvador.

      Desenvolveu sólida carreira na carreira na Indústria Farmacêutica, na qual ingressou como representante de vendas na Roche. Após ocupar cargos de liderança em unidades de negócio nas áreas de Oncologia, Hematologia e Especialidades em diferentes empresas do setor, Marcelo regressou à Roche em 2019 para liderar a estratégia de Medicina Personalizada da companhia no Brasil.

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    Mais clareza e confiança para a prática da medicina personalizada

    Talvez a ideia de proporcionar o tratamento certo, para o paciente certo, no momento certo já esteja mais difundida em nossa sociedade hoje do que há alguns anos, principalmente quando pensamos em doenças complexas e graves, como o câncer. O que pouco se fala ainda é sobre a maneira como viabilizar este tipo de cuidado, ou melhor, de que maneira são tomadas as muitas decisões que, em conjunto, têm potencial de aumentar as chances de cura ou controle da doença.

    A medicina personalizada, que consiste justamente em oferecer ao paciente os recursos terapêuticos mais adequados ao seu perfil, com base em evidências científicas, é também resultado de um processo decisório que precisa ser rápido, dinâmico e o mais preciso possível. Especialistas de diferentes países verificaram que, muitas vezes, somente um laudo ou o olhar de um único profissional são insuficientes para casos desafiadores de diagnóstico e evolução do câncer.

    O aumento da complexidade no tratamento dos diversos tipos de câncer requer a discussão das decisões terapêuticas em grupos especializados – nesse cenário, os molecular tumor boards são essenciais. São grupos multiprofissionais formados por oncologistas, patologistas, cirurgiões, biólogos moleculares, oncogeneticistas, enfermeiros, entre outros especialistas, que avaliam dados obtidos por meio de testes genômicos, trocam percepções e ideias e tomam decisões relacionadas aos planos de tratamento de seus pacientes.

    A realização desses encontros vem se tornando cada vez mais frequente em centros de oncologia e hospitais – passando de uma prática desejável para algo considerado necessário. Mas, sem o apoio da tecnologia, esse processo não costuma ser padronizado e pode ser lento. Afinal, reunir manualmente anotações, imagens de radiologia e laudos de patologia, relatórios e dados registrados em diferentes sistemas para preparar as reuniões leva tempo e limita as discussões ao material levantado previamente.

    Diante deste cenário, ferramentas de apoio à decisão clínica baseadas em tecnologia e inteligência de dados já suportam os molecular tumor boards em centros de referência. O objetivo é garantir mais clareza e confiança para o gerenciamento de casos, agregando informações holísticas sobre cada paciente e o acesso ágil e preciso aos dados e exames para todos os membros da equipe multidisciplinar envolvidos nas decisões.

    Essas ferramentas são capazes de compilar os registros do caso de forma automatizada e ainda trazem para o momento da discussão dados de mundo real, informações de estudos clínicos e diretrizes que ajudam os serviços de saúde a identificar pontos relevantes no perfil e na jornada do paciente.

    Importante considerar, ainda, que este tipo de solução tecnológica disponível aos profissionais permite um melhor gerenciamento dos recursos financeiros, ao encurtar o caminho para as decisões terapêuticas que mais beneficiam os pacientes, evitando repetição de exames, tratamentos desnecessários e complicações evitáveis, por exemplo. Trata-se de uma evolução significativa do ponto de vista individual e coletivo, tendo em vista a sustentabilidade dos sistemas de saúde.

    Um estudo realizado no Ellis Fischel Cancer Center, da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, demonstrou que, com a utilização de uma dessas ferramentas, houve uma redução de 30% no tempo de preparação dos casos para os tumor boards e de até 27% na discussão entre os especialistas, alavancando a produtividade do processo. Além disso, esse centro de referência conseguiu economizar 299 mil dólares em um ano, o que evidencia os avanços em custo-efetividade.

    Felizmente, várias instituições estão olhando para a implantação dessas soluções inovadoras que tornam os dados um ativo estratégico e de alto impacto aqui no Brasil. Também é animador perceber que as fontes pagadoras mais atentas já começam a considerar de maneira diferenciada as decisões de tratamento tomadas por esses conselhos multiprofissionais para casos específicos, dado todo o embasamento envolvido. Com certeza, é uma tendência positiva no setor de saúde do país, cada vez mais guiado por dados e colaborativo para ampliar o acesso às inovações para quem mais precisa delas.

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