Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    • José Roberto Marques - Presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC)
    Ver mais sobre o autor
    • José Roberto Marques - Presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC)

      José Roberto Marques é presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) e da Editora IBC. Empresário e psicoterapeuta, tem mais de 30 anos de experiência no desenvolvimento de pessoas, com especialização em Gestão de Pessoas e Empresas.

      Fechar
    opinião

    Inteligência emocional: o que ela tem a ver com a sua gestão do tempo?

    Foto ilustrativa: relógio
    Foto ilustrativa: relógio

    O tempo talvez seja um dos maiores mistérios da humanidade. Como pode um mesmo dia de 24 horas ser altamente produtivo para alguém e completamente ocioso para outra pessoa? Por que um jogo de futebol de duas horas pode passar tão rápido, enquanto uma aula de matemática de 50 minutos parece demorar muito mais do que isso?

    A resposta a esse questionamento está dentro dos nossos cérebros. As nossas emoções interferem diretamente na nossa percepção de tempo e, consequentemente, na forma como o administramos e o aproveitamos.

    Dessa forma, a inteligência emocional é um fator determinante na gestão do tempo dos indivíduos. Se isso é bom ou se isso é ruim, vai depender da maneira como cada pessoa processa os seus sentimentos. Antes de nos aprofundarmos nessa relação, contudo, é importante conceituar a inteligência emocional e a gestão do tempo.

    O conceito de inteligência emocional se refere à capacidade humana de perceber, identificar, nomear e administrar a intensidade das suas emoções. Envolve, também, identificar e lidar adequadamente com as emoções do outro. Uma pessoa emocionalmente inteligente utiliza esses aprendizados para nortear o seu pensamento e as suas ações, alcançando de forma mais eficaz os seus objetivos.

    Quem tem uma inteligência emocional elevada consegue entender o que sente e equilibrar as emoções com o pensamento racional, evitando as atitudes impulsivas. Essas pessoas também reforçam a motivação e exercitam a empatia, conseguindo levar mais serenidade a quem estiver ao redor –possivelmente vivenciando emoções intensas.

    São pessoas que se comunicam com equilíbrio e clareza, o que gera benefícios na vida pessoal e na vida profissional. Conseguem fazer amigos, resolver conflitos, ser resilientes, superar adversidades, discordar sem agredir, liderar sem oprimir e cooperar de forma respeitosa. Tudo isso pode e deve ser desenvolvido ao longo da vida, por meio do autoconhecimento e da autorreflexão.

    A gestão do tempo, por sua vez, diz respeito à forma como cada indivíduo administra o seu tempo. Nesse sentido, devemos considerar que o dia tem as mesmas 24 horas para todos, e cada pessoa deve distribuir esse tempo entre as diferentes áreas da vida: vida pessoal, relacionamentos, amizades, família, trabalho, estudos, descanso, lazer, e por aí vai.

    É claro que há momentos em que, naturalmente, uma dessas áreas vai demandar mais atenção do que outras. Nesse sentido, as pessoas que gerenciam bem o próprio tempo sabem definir prioridades. Não raro, vemos esses indivíduos checando as suas agendas, certificando-se de que serão capazes de dar conta do que precisa ser feito.

    A gestão do tempo é importante para que as pessoas não procrastinem e não desperdicem esse valioso recurso com questões que não são fundamentais ao alcance das suas metas.

    Por isso, priorizar, delegar tarefas, manter a organização, afastar-se das distrações e planejar estrategicamente as ações são processos essenciais. Isso, porém, não significa que devemos ser produtivos o tempo inteiro: perceba que citamos o lazer e o descanso na lista de áreas da vida –e eles não devem ser negligenciados em hipótese alguma!

    Agora que você já compreende os conceitos de inteligência emocional e gestão do tempo, talvez esteja se perguntando o que um tem a ver com o outro, não é mesmo? Bem, podemos responder a essa pergunta com 4 fatores-chave: autoconsciência e motivação, autogestão, empatia e habilidades sociais.

    Autoconsciência e motivação: uma pessoa autoconsciente é aquela que conhece a si mesma, o que inclui as próprias emoções. As pessoas tendem a fazer com mais empenho, e até com mais rapidez, aquilo de que gostam, enquanto tendem a procrastinar e a ser mais lentas naquilo que lhes é mais difícil ou desinteressante. Por isso, quanto mais uma pessoa conhece os próprios interesses, motivações e padrões de comportamento, mais ela será capaz de organizar a própria rotina, concentrando-se nas tarefas.

    Autogestão: a autogestão, por sua vez, diz respeito à capacidade de cada indivíduo de gerir as próprias ações e emoções. Quando esse processo está em equilíbrio, conseguimos “dar conta do recado”. Todavia, diante de emoções intensas, como o estresse e a desmotivação, levamos muito mais tempo para realizar as nossas atividades. É por isso que a saúde mental impacta a nossa produtividade. A meditação e os exercícios de respiração são uma valiosa dica nesse sentido!

    Empatia: você já teve um chefe que solicitava uma demanda atrás da outra e que queria que tudo estivesse pronto simultaneamente? Bem, conforme citamos, um dos pilares da inteligência emocional é a empatia, ou seja, compreender o estado emocional do outro ao colocar-se no lugar dele. Quando somos empáticos uns com os outros, conseguimos respeitar mais o tempo de cada um, definindo expectativas realistas. Sobretudo no ambiente de trabalho, isso evita tanto a sobrecarga e o estresse quanto o ócio, gerando mais satisfação.

    Habilidades sociais: em consequência natural do item anterior, a inteligência emocional nos ajuda a construir e manter relacionamentos mais saudáveis com as outras pessoas. Como ninguém faz nada sozinho, quando temos boas habilidades sociais, conseguimos nos ajudar mutuamente e, dessa maneira, alcançar mais rapidamente os nossos objetivos. Resolvendo conflitos, esclarecendo a comunicação e agindo com empatia, qualquer atividade envolvendo mais de uma pessoa ganha produtividade.

    Em conclusão, a inteligência emocional e a gestão do tempo estão profundamente interligadas e podem ter um impacto significativo na produtividade, eficiência e satisfação pessoal. Desenvolver a inteligência emocional pode ajudar a aumentar a autoconsciência, a autogestão e as habilidades sociais, o que tende a nos conduzir a uma melhor gestão do tempo.

    Por sua vez, uma boa gestão do tempo pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade, aumentar a sensação de realização pessoal e permitir que mais objetivos sejam alcançados em menos tempo. Ao praticar a inteligência emocional e a gestão do tempo de forma integrada, é possível encontrar um equilíbrio saudável e eficaz entre as emoções, os objetivos e as tarefas diárias, levando a uma vida mais feliz e produtiva!

    Fórum CNN

    Os artigos publicados pelo Fórum CNN buscam estimular o debate, a reflexão e dar luz a visões sobre os principais desafios, problemas e soluções enfrentados pelo Brasil e por outros países do mundo.

    Os textos publicados no Fórum CNN não refletem, necessariamente, a opinião da CNN Brasil.

    Sugestões de artigos devem ser enviadas a forumcnn@cnnbrasil.com.br e serão avaliadas pela editoria de especiais.

    Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da CNN Brasil.