Cuidados que empresas podem adotar para sobreviver aos primeiros anos sem entrar em falência
Iniciar um empreendimento ou manter uma corporação saudável, com crescimento escalável e lucratividade constante, requer cautela e atenção por parte dos empreendedores em todas as áreas. Somente este ano, segundo dados do Mapa de Empresas, de janeiro a abril, foram abertas 1.331.940 empresas no Brasil, totalizando mais de 21 milhões de CNPJs ativos em todo o território nacional. Destes, 93,7% são de microempresas ou empresas de pequeno porte, números elaborados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
No entanto, qualquer falha ou descuido pode ter consequências fatais para a empresa. Segundo estudos realizados pelo Sebrae ao longo dos anos, a conclusão é que, de cada 10 empresas abertas por ano, apenas duas sobrevivem mais de 10 anos no mercado. Isso se dá, justamente, pela falta de planejamento prévio, conhecimento em gestão e inovação. A quebra de empresas também se dá pelo freio no consumo, associado ao aumento do peso dos impostos e à escassez de crédito para capital de giro. Nesse sentido, as organizações que mais enfrentam desafios para prosperar são as de pequeno porte.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 48% das empresas brasileiras abertas possuem vida útil de menos de três anos e a dificuldade de manter uma gestão estável e preparada para o enfrentamento de riscos foi apontada por 25% dos empreendedores que fecharam seu negócio. Além disso, uma pesquisa realizada pela Serasa Experian revela que houve um aumento de 80% no número de empresas com dificuldades financeiras que solicitaram falência no país, no período entre janeiro de 2021 e janeiro de 2023. Dessa forma, é imprescindível que, antes mesmo de desenhar um projeto e colocá-lo em prática, é necessário entender as razões que tornam esse cenário comum entre as empresas e buscar alternativas para contornar os diversos desafios que surgirão.
Ao abrir um negócio, os empreendedores, muitas vezes, não levantam informações importantes sobre o mercado, como clientes ou concorrentes, e mais da metade deles não realiza o planejamento estratégico antes do início das atividades do estabelecimento, o que pode ser muito prejudicial. Esse planejamento inclui toda a estratégia que o empresário vai usar para não só se precaver de qualquer imprevisto, como também aumentar a visibilidade da empresa, considerando as particularidades de cada segmento, além de ser útil para atrair parceiros, investidores e sócios e ser a melhor forma de entender o público-alvo e fazer vendas mais assertivas e lucrativas.
Saber gerenciar um negócio é outro fator bastante determinante para uma empresa saudável, porém, não existem fórmulas mágicas para uma gestão eficiente, o ideal é sempre seguirmos com boas práticas que favorecem uma administração de qualidade e o alcance de melhores resultados. Seguindo nessa mesma linha de eficiência, trazer ideias inovadoras trazem outra perspectiva para o cliente. Pensar fora da caixa é, muitas vezes, a chave de sucesso para muitos negócios, assim como foi para mim. Entender qual é a necessidade do público alvo e trazer algo diferente e melhor do que já estão acostumados, saindo do óbvio, é um dos pontos mais essenciais para uma empresa, auxiliando na criação de novos produtos, serviços e soluções.
Porém, todos os métodos têm seus desafios e precisam ser bem elaborados para obterem resultados efetivos, tanto a curto quanto a longo prazo. É por isso que, quando damos um primeiro passo, é preciso alinhar informações e não deixar que as metas e esforços se percam com o tempo. Apenas três em cada 10 empresários fazem gestão de pessoas (32%) e planejamento estratégico (30%). Um número ainda menor utiliza indicadores financeiros e apuração de metas e resultados (23%). É devido a esses números que o formato de gerenciamento precisa melhorar e as estratégias precisam ser bem elaboradas desde o início, assim, o risco de uma empresa ir à falência em seus primeiros anos de vida serão menores e uma organização mais sólida irá se formar a partir desses pontos.
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