A próxima geração das rodovias brasileiras
Estamos vivendo o início de uma nova era nas rodovias brasileiras, caracterizada por mais conforto, segurança e novas tecnologias. A mais recente delas é o Free Flow, que já está permitindo aos motoristas que utilizam o trecho entre o Rio de Janeiro e Ubatuba da Rio-Santos (BR-101), trafegar por pistas livres, sem a necessidade de interromper a viagem para a cobrança de tarifa de pedágio. A solução já é utilizada com sucesso em diversos países, inclusive na América Latina, como é o caso da Argentina e do Chile.
A icônica rodovia que liga os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, pelo litoral, em meio às belezas da Mata Atlântica foi a escolhida para receber pórticos dotados de sensores que registram a passagem dos veículos. O sistema identifica carros e caminhões por meio de etiquetas eletrônicas (tags) ou placas, trazendo data, hora da passagem e todas as características do veículo, necessárias para a cobrança. Quem não tiver o tag e Quem for identificado pela placa e poderá pagar a tarifa por meio de aplicativo, website ou WhatsApp, bastando fornecer algumas informações. O pagamento pode ser feito inclusive por meio de cartão ou via PIX.
Para viabilizar a implantação do free flow na Rio-Santos, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), também de forma inovadora, criou um sandbox regulatório, ambiente experimental que permite às empresas usufruir de um regime diferenciado para lançar produtos e serviços inovadores, com menos burocracia e mais flexibilidade, processo devidamente monitorado pelos órgãos reguladores.
Assim, desde a proposição da solução, em menos de seis meses, um tempo recorde, a experiência já apresenta bons dá resultados: o Brasil dispõe de uma rodovia com o sistema free flow testado e implantado, um verdadeiro marco na história dos transportes no país e que servirá de referência para ações futuras, como será o caso da Rodovia Presidente Dutra/BR-116, além de outras rodovias.
Free flow é uma tecnologia amplamente utilizada na Europa, Ásia, Estados Unidos e Canadá. Ela proporciona soluções rodoviárias importantes, para melhorar a jornada dos usuários: além da eliminação de praças de pedágio, levando mais segurança a colaboradores e usuários, ela permite incrementar o nível de serviços aos clientes frequentes, especialmente as transportadoras que fazem gestão inteligente de frotas. Com a solução free flow também é possível também definir e controlar tarifas diferenciadas em horários ou situações especiais de tráfego, conduzindo os motoristas para caminhos de menor fluxo, conceito denominado gestão de vias (ou managed lanes). Esse modelo será aplicado na Região Metropolitana de São Paulo, na Via Dutra, a partir de 2025, permitindo a migração das vias marginais para a pista expressa e vice-versa para aqueles usuários que fizerem a opção por circular em vias com maior fluidez. Por fim, o sistema quando implementado de maneira massificada também permitirá a cobrança pela distância percorrida.
Outros benefícios associados à tecnologia free flow são ambientais, em decorrência da redução de emissão de gases do efeito estufa, ao trazer economia de combustível, redução do desgaste de freios e pneus. E o impacto ambiental decorrente da instalação de pórticos é muito pequeno quando comparado com as praças de pedágio convencionais.
Vale ressaltar que a inovadora solução free flow foi implementada paralelamente aos investimentos prioritários da BR-101, que geraram mais de 1 mil empregos e permitiram o repasse de R$ 7 milhões em ISSQN às prefeituras. Tais investimentos contemplaram a recuperação de mais de 230 quilômetros de pavimento, pintura de 170 quilômetros de novas faixas, instalação de mais de 1,6 mil placas de sinalização, manutenção de 103 pontes e viadutos, além da roçada de uma área de três mil alqueires. No trecho concedido entre o Rio de Janeiro e Ubatuba, a BR-101 é uma nova rodovia. Os próximos passos são a duplicação de 80 quilômetros da rodovia, implantação de 33 quilômetros de faixas adicionais e instalação de centenas de estruturas operacionais de apoio ao motorista.
As perspectivas de investimentos e de inovação rodoviária colocam novamente a CCR na vanguarda deste segmento no Brasil. Um cenário possível graças ao ambiente de segurança jurídica experimentado pelas concessões, o que permite previsibilidade de investimentos, contribui com a geração de empregos, movimenta a economia das cidades, produz riqueza e renda, num círculo virtuoso de longo prazo. E este é apenas o primeiro ano.
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