2023: A TI no centro de estratégia ESG
Dentre os muitos desafios que o próximo ano parece reservar para as empresas que atuam no Brasil, demonstrar como planejam atingir suas metas de mudança climática, impacto social e boas práticas em governança deverá ser uma das maiores prioridades para muitas delas.
Isto porque, para muitos líderes corporativos, o desempenho de sua empresa em parâmetros ambientais, sociais e de governança (ESG) tornou-se cada vez mais crítico. Não é apenas uma exigência de relatórios – também é importante porque investidores, clientes e colaboradores estão atentos às iniciativas tomadas pela administração nessas áreas.
É nesse contexto que líderes de tecnologia (CTOs, CIOs, CISOs etc.) devem considerar os fatores críticos do ESG em seus planos de transformação digital para escalar a próxima geração da empresa, desde o primeiro dia do ano.
Ao longo dos últimos anos, vimos um aumento no número de empresas que estabelecem e alinham metas de sustentabilidade de longo prazo e seus lucros. No entanto, acredito que seja responsabilidade da equipe de tecnologia e operações preencher a lacuna entre essas metas aspiracionais e de longo prazo, tornando o ESG um componente essencial de seus planos de transformação digital. Os líderes de tecnologia são parte crucial do planejamento ESG e da implementação de um processo que ajuda a organização a melhorar sua meta geral nesse âmbito.
Uma das abordagens que as empresas podem adotar para alinhar sua estratégia às metas ESG, tomando como ponto central suas áreas de tecnologia, é implementar uma rota digital para o ESG. Sabemos que as áreas de tecnologia são a força motriz por trás das iniciativas ESG de uma organização. No entanto, também é vital que os colaboradores participem do projeto de transformação digital.
Compreender a visão da empresa ajuda os funcionários e outras partes interessadas a adotarem positivamente as novas práticas ESG. Cabe aos líderes da TI ajudar as demais áreas da empresa a traçar uma rota digital que suporte as metas de sustentabilidade e, com isso, beneficiar o negócio em geral. No mercado de hoje, é imperativo entender que as estratégias de tecnologia e ESG estão interligadas e destacar que essas ferramentas digitais ajudarão a implementar a estratégia da empresa.
Outro tópico importante é a segurança cibernética, que precisa ser considerada como parte crucial do ESG pelas empresas. Hoje, o risco cibernético é o principal e mais imediato desafio para as organizações, sob uma perspectiva de risco de sustentabilidade financeiramente relevante. O período pandêmico que vivemos nos últimos anos alterou significativamente o cenário de ciberataques. Além disso, o 5G, que acaba de desembarcar no Brasil, significará um ponto de atenção adicional à segurança cibernética das empresas, uma vez que permitirá que um sem-número de dispositivos sejam conectados por meio da nova tecnologia.
As empresas serão menos sustentáveis e resilientes se não houver integração da boa governança na segurança cibernética. Ela deve ser implementada usando métricas e ferramentas apropriadas.
A inovação para a sustentabilidade é outro aspecto relevante a ser considerado pelas organizações. Ao projetarem novos produtos ou serviços, as empresas devem se respaldar nas áreas de tecnologia para assegurar o cumprimento dos critérios de usabilidade e acessibilidade, priorizando os benefícios para a sociedade, a inclusão e a sustentabilidade. Há uma oportunidade de diferenciar o negócio de maneiras socialmente benéficas, com impacto social e sustentabilidade como o elemento central da inovação do produto.
Eficiência no consumo energético é outro fator prioritário para o ESG. É essencial entender e analisar a conexão entre as emissões de gases de efeito estufa, o consumo de energia e como a tecnologia está conectada com tudo isso. À medida que mais consumidores usam serviços e dispositivos em nuvem, e à medida que mais empresas se digitalizam, a energia consumida pelos data centers está aumentando.
No entanto, a adoção contínua da computação em nuvem ajudará na redução das emissões de dióxido de carbono. Existem novas tecnologias emergentes, como computação sem servidor, que ajudam a gerenciar as infraestruturas das empresas com maior eficiência, permitindo a redução da pegada de carbono da carga de trabalho, ao mesmo tempo em que torna serviços e produtos mais eficientes do ponto de vista de consumo energético.
Com isso em mente, fica claro que o momento perfeito para as empresas planejarem um futuro sustentável, adotando tecnologias emergentes, é agora. Estratégia e métodos de transformação bem planejados são os dois parâmetros significativos que ajudarão as empresas a implementar iniciativas ESG bem-sucedidas. É fundamental que os líderes de tecnologia suportem toda a equipe para treinar e adotar as novas tecnologias e fazer o melhor uso delas no presente e no futuro sem interromper o processo.
A falta de conhecimento é uma das barreiras mais significativas para adotar a transformação digital de uma perspectiva ESG. É crucial para as organizações que a TI conduza esse processo de transformação digital e apoie os colaboradores no seu desenvolvimento.
À medida que avançamos no cenário de negócios pós-pandemia, a governança ambiental, social e corporativa (ESG) tornou-se peça-chave de um negócio lucrativo. A tecnologia deve ser aproveitada para formar as bases de uma estratégia de aprimoramento ESG com os dados e insights necessários. As empresas podem alavancar esses dados por meio de uma estratégia que considere a TI como componente central de um plano de transformação digital mais abrange, capaz de melhorar o negócio em geral e causar um impacto positivo na sociedade e no planeta.
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