Seleção masculina de vôlei aposta na experiência na busca do quarto ouro
Brasil estreia em Tóquio contra a Tunísia sob o comando do técnico Renan Dal Zotto
Acostumada com os lugares mais altos do pódio ao longo da história dos Jogos Olímpicos, a seleção masculina de vôlei buscará nas quadras do Japão o bicampeonato para se manter na elite no esporte mundial.
Após um período complicado na equipe com a internação por complicações da Covid-19 do técnico Renan Dal Zotto por mais de dois meses, o time chega a Tóquio como uma das favoritas ao ouro e conta com nomes consagrados em quadra como Bruninho Rezende, Lucarelli, Lucão, Wallace e Douglas Souza.
Em entrevista à CNN, já em Tóquio, o central Lucão — que vive a sua terceira Olimpíada — comentou o momento e os sentimentos vindos à tona com o adiamento dos Jogos.
“Quando nós despachamos a mala foi que deu aquela sensação de que a gente tava indo. Vimos toda a estrutura montada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para treinarmos aqui e estamos nos adaptando ao fuso horário. Estamos prontos para começar.”
Relação com Renan Dal Zotto
A relação entre Lucão e o técnico Renan Dal Zotto começou muito antes da convocação para ir ao Japão. Renan foi quem levou o jogador ao time do Florianópolis há 15 anos quando ele começou a se destacar na carreira.
“Renan é muito positivo, é aquele cara que te instiga e faz você crescer a partir da provocação. Para o atleta isso é muito bom, porque queremos provar que podemos fazer. Desse jeito ele consegue ter não só o atleta, mas a pessoa também, fazendo com que ambos cresçam”, disse à CNN.
Com mais de quatro Olimpíadas na carreira, duas medalhas de ouro (1992-1994) e 400 jogos oficiais pela seleção brasileira, o ex-atleta e hoje treinador Giovane Gávio afirma que o diferencial da seleção brasileira na modalidade são os resultados que firmam o Brasil no topo da elite do voleibol mundial.
“Desde 2004 o Brasil tá no pódio, lá em cima. Uma geração, de certa forma, produz outra geração. Assim como eu fui inspirado por Renan, Bernard, William e outros, a minha geração inspirou outras gerações e depois veio Giba, Murilo… E agora temos Bruninho, Lucão e Lucarelli. Ídolos têm esse papel de manter a história viva.”
Garra brasileira
Hoje, treinador da seleção sub-21 de vôlei, Gávio afirma que o time que vai disputar essa Olimpíada tem um diferencial imprescindível para o sucesso no esporte: a garra.
“A garra é a principal força desse time. Realmente eles vestem a camisa. Lutam bola por bola. Eu credencio eles sempre como favoritos, porque eles têm essa postura e eu não vejo isso nos outros times. Temos uma seleção que dá orgulho de torcer, de se emocionar e de se entregar.”
A seleção masculina entra em quadra nesta sexta-feira (23) contra a Tunísia às 23h05, no horário de Brasília, e terá como adversários nessa primeira fase de competições as seleções da Argentina, atletas russos, Estados Unidos e França.