O que vem a seguir para os melhores do tênis após o recorde de Grand Slam de Nadal
Nadal, Federer e Djokovic iluminaram o tênis nos últimos anos, mas estar no topo nunca foi tão difícil
Eram três, mas agora Rafael Nadal está “sozinho”.
Ao vencer o Aberto da Austrália no domingo (30), após uma final épica com Daniil Medvedev, o espanhol conquistou seu 21º título de Grand Slam, um a mais que Roger Federer e Novak Djokovic.
Os três estavam empatados com 20 títulos, mas depois de superar uma longa lesão no pé, Nadal agora está um degrau acima dos membros do “Big Three” do tênis.
No entanto, embora tenha reconhecido o feito ao conquistar seu título recorde de Grand Slam, Nadal admitiu que isso não muda sua visão sobre sua carreira ou legado.
“Não, eu não quero mudar meu ponto de vista, honestamente. Claro, para mim, é incrível vencer outro Grand Slam neste momento da minha carreira. Significa muito para mim”, disse ele a repórteres.
“Sinto-me honrado. Sinto-me sortudo por conseguir mais uma coisa muito especial na minha carreira de tênis. Não me importo muito se sou ou não o melhor da história. Honestamente, hoje, não me importo muito”, afirmou Nadal.
“Para mim, trata-se de curtir noites como hoje. Isso significa tudo para mim. Significa ainda mais que conquistar o segundo Aberto da Austrália, mais do que qualquer outra coisa”, acrescentou.
Então, com Nadal parecendo estar voltando ao seu melhor tênis, com Federer continuando lutando contra as lesões e questões sobre a participação de Djokovic em eventos futuros devido ao seu status de vacinação contra a Covid-19, o que o futuro pode reservar para as estrelas do esporte?
“Tenho orgulho de compartilhar essa era com você”
Nadal, Federer e Djokovic iluminaram o tênis nos últimos anos, disputando um contra o outro em várias ocasiões e entregando alguns encontros famosos.
Tanto Federer quanto Djokovic foram rápidos em parabenizar Nadal nas redes sociais após sua vitória no domingo.
“Que jogo! Ao meu amigo e grande rival (Nadal), meus sinceros parabéns por se tornar o primeiro homem a ganhar 21 títulos de Grand Slam”, escreveu Federer no Instagram.
“Alguns meses atrás, estávamos brincando sobre ambos estarem de muletas. Incrível. Nunca subestime um grande campeão. Sua incrível ética de trabalho, dedicação e espírito de luta são uma inspiração para mim e inúmeras outras pessoas ao redor do mundo”, acrescentou.
“Estou orgulhoso de compartilhar esta era com você e honrado por desempenhar um papel em levá-lo a alcançar mais, como você fez por mim nos últimos 18 anos. Tenho certeza de que você tem mais conquistas pela frente, mas por enquanto aproveite esta!”, finalizou o multicampeão.
Djokovic escreveu no Twitter: “Parabéns a (Nadal) pelo 21º GS. Realização incrível. Espírito de luta sempre impressionante que prevaleceu outra vez. Medvedev deu tudo de si e jogou com a paixão e determinação que esperamos dele”.
Federer, de 40 anos, está lutando com uma lesão no joelho, razão pela qual ele está ausente das quadras.
O número um do mundo, Djokovic, sem dúvida o favorito para vencer o torneio antes, foi deportado da Austrália depois de perder uma contestação judicial contra a decisão do governo do país de cancelar seu visto por motivos de saúde pública e ordem.
O segundo Grand Slam do ano é o Aberto da França, Roland Garros, que começa em 22 de maio.
Nadal, agora de volta à plena forma, certamente será o grande favorito nas quadras de saibro de Paris, tendo conquistado um recorde de 13 títulos do Aberto da França.
A disponibilidade de Djokovic no grand slam na França ainda está em dúvida, já que o Ministério do Esporte do país disse à CNN no início de janeiro que todos os atletas profissionais que desejam competir no país terão que ser vacinados contra a Covid-19.
A lei de vacinas da França, aprovada pelo parlamento em janeiro, exigirá que as pessoas tenham um certificado de vacina para entrar em locais públicos como restaurantes, cafés, cinemas e arenas esportivas.
“A regra é simples. O passe de vacina será exigido assim que a lei entrar em vigor nas instituições que já estavam sujeitas ao passe de saúde (esportivo ou cultural). Isso valerá para todos (espectadores, desportistas profissionais)”, disse a porta-voz do ministério à CNN.
Essa nova legislação coloca em risco as chances de Djokovic, que não foi vacinado contra a Covid-19, competir em Roland Garros.
Nadal e Federer são mais velhos que Djokovic, de 34 anos – Nadal tem 35 e Federer, 40 – o que significa que o sérvio tem tempo do seu lado para tentar chegar ao nível do espanhol.
Mas com uma nova safra de superestrelas do tênis florescendo no momento – com Medvedev na vanguarda ao lado de Alexander Zverev, Stefanos Tsitsipas, Andrey Rublev, Casper Ruud e Felix Auger-Aliassime, entre outros – permanecer no topo nunca foi tão difícil para maiores tenistas de todos os tempos.
Veja imagens da conquista de Rafael Nadal no Aberto da Austrália
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