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    Djokovic tenta evitar deportação após Austrália cancelar visto novamente

    Advogados de Djokovic dizem que cancelamento de permissão para entrar no país deveria ser anulado porque decisão "não é razoável"

    Sonali PaulKirsty Needhamda Reuters , em Melbourne

    O tenista Novak Djokovic, que não está vacinado contra o coronavírus, pediu nesta sexta-feira a um tribunal australiano que suspenda sua deportação antes do Aberto da Austrália, depois que o governo cancelou seu visto pela segunda vez devido aos regulamentos da Covid-19 para entrada no país.

    Os advogados de Djokovic apresentaram um pedido de liminar durante a noite, menos de três horas depois de o ministro da Imigração australiano, Alex Hawke, usar poderes discricionários para revogar o visto do atleta.

    O tenista número 1 do mundo, que busca conquistar seu 21º título de um torneio de Grand Slam, um recorde, foi informado na chegada à Austrália, em 5 de janeiro, que seu visto, concedido com base na dispensa médica dos requisitos para que os visitantes fossem vacinados contra a Covid-19, era inválido.

    Ele passou vários dias em detenção antes que a decisão fosse revogada por motivos processuais. Segundo seus advogados, o governo disse que Djokovic não será devolvido à detenção.

    O jornal Age noticiou que o sérvio, de 34 anos, foi convocado a comparecer perante os funcionários da imigração no sábado.

    “Hoje exerci meu poder sob a Seção 133C(3) da Lei de Migração para cancelar o visto detido pelo Sr. Novak Djokovic por motivos de saúde e boa ordem, com base no interesse público”, disse Hawke em um comunicado.

    Sob esse trecho da lei, Djokovic não conseguiria obter um visto para a Austrália por três anos, exceto em circunstâncias imperiosas.

    A equipe jurídica do tenista disse que Hawke argumentou que permitir a permanência de Djokovic estimularia o sentimento “antivacina”.

    A controvérsia intensificou um debate global sobre os direitos dos não vacinados contra a Covid e se tornou uma questão política complicada para o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, no momento em que ele faz campanha para uma eleição prevista para maio.

    Embora o governo de Morrison tenha ganhado apoio interno por sua posição dura sobre a segurança na fronteira durante a pandemia, ele não escapou às críticas pelo tratamento aparentemente inconsistente do pedido de visto de Djokovic

    “Os australianos fizeram muitos sacrifícios durante esta pandemia, e eles esperam com razão que o resultado desses sacrifícios seja protegido”, disse Morrison em uma nota.

    “É isto que o ministro está fazendo ao tomar esta ação hoje. Nossas fortes políticas de proteção de fronteiras mantiveram os australianos a salvo”, disse ele, acrescentando que não faria mais comentários em vista dos procedimentos legais esperados.

    Djokovic, atual campeão do Aberto da Austrália, foi incluído no sorteio das chaves para o torneio como principal cabeça de chave e deveria enfrentar na estreia o compatriota sérvio Miomir Kecmanovic na próxima semana.

    Parecendo relaxado, ele havia treinado seu saque e retornou com sua comitiva em uma quadra vazia no Melbourne Park mais cedo na sexta-feira, descansando ocasionalmente para limpar o suor de seu rosto.

    Hawke disse que havia considerado cuidadosamente informações de Djokovic e das autoridades australianas, acrescentando que o governo estava “firmemente empenhado em proteger as fronteiras da Austrália, particularmente em relação à pandemia da Covid-19”.

    A Austrália passou por alguns dos lockdowns mais rígidos do mundo para conter a pandemia, tem uma taxa de vacinação de 90% entre adultos e viu um surto da variante Ômicron do coronavírus provocar quase 1 milhão de casos nas últimas duas semanas.

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