Campeão do US Open juvenil, João Fonseca queria o Top 10. Hoje, é líder do ranking
Tenista brasileiro conquistou o Aberto dos Estados Unidos da categoria no último sábado (9)
Quando se reuniu com seu treinador para discutir o planejamento de 2023, o carioca João Fonseca, 17, havia estabelecido como meta terminar a temporada entre os dez melhores tenistas juvenis do mundo.
Neste domingo (10), o carioca, que superou o norte-americano Learner Tien para conquistar o título do US Open, acordou líder do ranking da categoria.
“Quando [o jogo] acabou, só me deitei, depois abracei minha familia, meu treinador, foi super emocionante. Na hora eu não me liguei no topo do ranking, me liguei em ter ganhado um Grand Slam”, disse Fonseca nesta segunda-feira (11), em entrevista coletiva que contou com a presença da CNN.
E o dia seguinte eu passei viajando. Aí eu parava para pensar: ‘Pô, sou o número 1 do mundo, acabei de ganhar um Grand Slam’. Até me emociono falando, tem muita dedicação envolvida
João Fonseca à CNN
João Fonseca se tornou o terceiro brasileiro a conquistar um Grand Slam juvenil depois de Tiago Fernandes, campeão do Australian Open em 2010, e Thiago Wild, que venceu o US Open de 2018.
Horas depois da final de sábado (9), o tenista deixou os Estados Unidos rumo à Dinamarca para encontrar a equipe brasileira que disputará a Copa Davis. Por isso, ainda não conseguiu assimiliar completamente tudo o que viveu no Aberto dos Estados Unidos — além do título e do forte calor (“Sou carioca, mas não tinha visto nada igual na minha vida”), o fato de ter encontrado, por exemplo, a campeã de simples Coco Gauff no exame antidoping.
“A Coco tem quase a minha idade. Um dos meus patrocinadores me apresentou a ela, e ela foi super tranquila, super animada. Pedi para tirar uma foto. É uma inspiração”, contou o carioca.
E assim como Gauff, que tem apenas 19 anos, João Fonseca mira o sucesso no profissional. Antes, contudo, ainda precisará decidir se fará realmente um período de experiência no circuito universitário de tênis dos Estados Unidos, uma porta que ele não quer fechar antes de completar a transição para o que ele chama de “vida real”.
“Acho que seria uma experiência boa passar oito meses lá [nos EUA], trancar [o curso] e depois passar para o profissional”, afirmou o tenista.
“Ainda não discuti direito com meu treinador. Estou entrando no mundo real. As coisas ficam mais sérias, preciso de maior dedicação. Mas tenho um trabalho feito no juvenil já, e terei muito mais confiança para essa transição no profissional.”