Associação de Tênis Feminino suspende torneios na China após caso de Peng Shuai
Tenista chinesa desapareceu dos olhos do público desde que acusou o ex-vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli, 75 anos, de abuso sexual


A Associação de Tênis Feminino (WTA) afirmou, nesta quarta-feira (1), que decidiu suspender os torneios na China devido a preocupações com a segurança da ex-número um do mundo – na categoria de duplas – Peng Shuai.
“Não vejo como posso pedir aos nossos atletas para competir lá, quando Peng Shuai não tem permissão para se comunicar livremente e aparentemente foi pressionada a contradizer sua alegação de agressão sexual”, disse o presidente-executivo da WTA, Steve Simon, em um comunicado.
“Dada a atual situação, também estou muito preocupado com os riscos que todos os nossos jogadores e equipe poderiam enfrentar se realizássemos eventos na China em 2022”, acrescentou.
O caso
Peng Shuai, 35 anos, duas vezes campeã dupla do Grand Slam, desapareceu dos olhos do público desde que acusou o ex-vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli, 75 anos, de coagi-la a fazer sexo em sua casa. A denúncia foi feita em um post nas redes sociais, já apagado, em 2 de novembro.
Desde então, os censores chineses têm apagado diligentemente seu nome e as mais vagas referências a suas alegações.
A tenista chinesa fez, no último domingo (21), uma vídeo chamada com o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, e disse que estava bem e segura.
Peng Shuai recebeu apoio de várias personalidades do tênis, como a superestrela Naomi Osaka, que expressou preocupação com Peng Shuai, que não tem sido vista em público desde que acusou um ex-líder do governo chinês de agressão sexual.
A americana Serena Williams se disse “devastada” com as informações sobre tenista chinesa. “Eu espero que ela esteja em segurança e que seja encontrada o mais rápido possível”, disse Serena em sua conta no Twitter.