Sampaoli: “Tenho que proteger o Pedro, é meu atleta”
Após a vitória por 1 a 0 contra o Olimpia pela Libertadores, o treinador falou sobre o caso envolvendo agressão do preparador físico no atacante
O Flamengo venceu o Olimpia-PAR por 1 a 0 no Maracanã pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores da América. O gol foi marcado por Bruno Henrique no segundo tempo, após um belo cruzamento de Gabigol.
Pedro, que sofreu agressão do preparador físico do Rubro-Negro, não jogou. O atacante está punido pelo clube por se recusar a aquecer em jogo contra o Atlético-MG. Após a partida, o técnico Jorge Sampaoli falou sobre a situação envolvendo o atleta.
“Todas as pessoas que trabalham comigo no Flamengo, cozinheiro, roupeiro, são minhas pessoas. Pedro é minha pessoa. Tenho que proteger. Toda relação, toda situação tem que ser da porta para dentro. Nunca falaria do meu jogador, nunca. Pedro não esteve hoje porque o clube determinou uma suspensão. Amanha, será com a gente. Se tiver condição, será minha decisão se vai ou não para o jogo”, explicou.
O treinador disse ainda que o caso “ja foi resolvido” e completou: “Considero uma situação isolada. Pablo é um companheiro de luta, mas cometeu um erro e pagou. Sinceramente esse fato está acima de mim. Pretendo sempre deixar um legado futebolístico onde estou, para isso vim. Cheguei em um momento do clube de uma grande crise institucional e futebolística, vamos aos poucos resolvendo. O que aconteceu me doeu muito, mas temos que seguir”.
Sampaoli, no entanto, não deixou claro se Pablo vai jogar a próxima partida do Flamengo, que será no domingo (6) às 20h contra o Cuiabá na Arena Pantanal.
Relembre o caso
Ainda na capital mineira, Pedro fez, no sábado (28), um Boletim de Ocorrência no qual relatou a agressão do preparador físico do Flamengo Pablo Fernández. O documento indica que, no Instituto Médico-Legal (IML), foram constatadas lesões no rosto e na boca do jogador.
De acordo com nota da Polícia Civil de Minas Gerais, o integrante da comissão técnica do treinador Jorge Sampaoli “assumiu o compromisso de comparecer à audiência perante o Juizado Especial Criminal para as medidas legais cabíveis e foi liberado”.
Segundo o B.O, Pedro relatou que, após a partida diante do Atlético-MG, estava no vestiário, olhando para o celular e conversando com amigos e familiares, quando o preparador se aproximou.
“O autor aproximou-se dele colocou o dedo na sua cara e questionou por qual motivo ele não estava aquecendo. Disse que era uma falta de respeito com o preparador e deu três tapas no seu rosto”, diz o documento.
“Neste momento, Pedro tirou a sua mão, e Pablo desferiu um soco no rosto de Pedro, causando lesões na sua boca e na face do lado direito”.
De acordo com o relato, outros jogadores do Flamengo contiveram Pablo, que “queria continuar com as agressões”.
O B.O mostra que o volante Thiago Maia e o atacante Everton Cebolinha, testemunharam na delegacia e fizeram relato semelhante ao de Pedro.
Fernández não teria gostado de ver o atacante sentado no banco de reservas enquanto os reservas realizavam aquecimento. No vestiário, o preparador supostamente fez uma cobrança mais ríspida ao jogador, e deu um soco em Pedro.
“Covardemente, sem motivo e inexplicavelmente, fui agredido, com um soco no rosto, por Pablo Fernández, membro da comissão técnica do Sampaoli. A covardia física se sobrepôs diante da covardia psicológica que tenho sofrido nas últimas semanas”, escreveu o centroavante no Instagram.
“Alguém que se acha no direito de agredir o outro não merece respeito de ninguém. Já passei por muitas provações aqui no Flamengo, mas nada se compara com a covardia sofrida hoje.”
Na vitória sobre o Atlético-MG, de virada, no Independência, o técnico Jorge Sampaoli utilizou as cinco substituições. Pedro, contudo, não entrou em campo. O argentino optou pelas entradas de Arrascaeta, Pablo, Luiz Araújo, Everton Cebolinha e Thiago Maia.
Nos últimos jogos do Flamengo, o atleta tem sido pouco utilizado pelo treinador.