Zanetti, Caio e Diogo vão às finais; eliminado, Nory admite abalo por críticas
Campeão mundial na barra fixa e bronze olímpico no solo, ginasta falhou em dois aparelhos e acabou eliminado
O primeiro dia da ginástica brasileira nas Olimpíadas de Tóquio ficou marcado pelos resultados opostos de dois medalhistas do país. Campeão em Londres-2012, Arthur Zanetti garantiu a vaga nas finais das argolas, enquanto Arthur Nery, campeão mundial e bronze no Rio-2016, cometeu falhas em suas apresentações e acabou eliminado.
Outros dois brasileiros conquistaram vagas nas finais. A disputa do individual geral terá Diogo Soares e Caio Souza — este último também se classificou para a decisão no salto.
Na disputa por equipes, o time brasileiro, que somou os desempenhos de Nery, Soares, Souza e Francisco Barretto, ficou com a nona posição e não avançou à final.
Caio Souza e Diogo Soares, ambos estreantes nas Olimpíadas, disputarão a decisão do individual geral no próximo dia 28. No dia 2 de agosto, Souza volta para a final do salto e Zanetti tentará sua terceira medalha olímpica nas argolas.
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Arthur Zanetti, Caio Souza e Diogo Soares avançam
Ouro em Londres-2012 e prata na Rio-2016, Arthur Zanetti competiu nas argolas, sua especialidade, e conquistou a quinta melhor pontuação (14.900). O grego Efetherious Petrounias, ouro no Rio, foi o primeiro colocado (pontuação de 15.333) e lutará pelo bi olímpico.
Já Caio Souza, 27, se destacou em sua primeira participação em Olimpíadas. No salto, ficou com a sétima colocação, com a pontuação de 14.700; no individual geral, ele terminou em 18º (84.298).
O novato Diogo Soares, de apenas 19 anos, terminou em 36º no individual geral, mas conquistou a vaga entre os 24 finalistas por conta da regra que limita a dois o número de atletas do mesmo país na decisão. Ele ficou justamente com a 24ª melhor pontuação (81.332).
Nory sofre queda no solo e fica fora na barra fixa
Arthur Nory chegou a Tóquio credenciado pelas recentes conquistas no Mundial de 2019 (ouro na barra fixa) e nas Olimpíadas do Rio-2016 (bronze no solo). Integrante do time brasileiro junto com Barretto, Soares e Souza, o ginasta era um dos trunfos para chegar à final por equipes.
Em sua apresentação na barra fixa, Nory teve um desempenho abaixo do necessário, conquistando a pontuação de 14.133, suficiente apenas para o 12º lugar – os oito melhores se classificaram à final.
Depois, ele se apresentou no solo e sofreu uma queda no fim, com a pontuação de 12.800 – 63º entre os 68. Abalado, Nory chorou e foi consolado pelos companheiros após a performance.
Ginasta cita burnout e abalo após caso de racismo
Triste após a eliminação no individual, Arthur Nory lamentou os erros que o tiraram da final. “Atleta, ser humano. A gente erra, a gente acerta”, disse, na zona mista, segundo o Olimpíada Todo Dia.
Nory também falou sobre o impacto das críticas constantes que recebe na internet após um caso de racismo que se envolveu em 2015. Na ocasião, ele gravou um vídeo com outros ginastas da seleção com piadas racistas ao então colega de equipe Ângelo Assumpção.
Ele disse que as críticas não tiveram responsabilidade direta no desempenho, mas afirmou que tem “muito medo de falar” após o episódio do racismo. “Fico sempre muito acuado.”
“Com a internet, com toda essa visibilidade, o ódio vem muito grande. Vem ameaça, vem xingamento, vem tudo. E bloqueia”, disse ao Olimpíada Todo Dia. “Foi um ano bem difícil, desde o começo do ano, que eu tive burnout, tive depressão e aí precisei parar um tempo.”
Na saída, em entrevista à TV Bandsports, os companheiros de seleção divulgaram mensagens de apoio a Nory. “É óbvio que ele apresenta séries melhores do que aquela, mas ele não foi mal na barra fixa”, disse Caio Souza. “Ele ficou muito triste”, completou.
“É como um pênalti em final da Copa do Mundo. Não acho que é falta de concentração”, declarou Francisco Barretto. “Isso faz parte do esporte. Ele tem que voltar, corrigir e pensar na próxima.”
Estrela da ginástica, japonês cai e é eliminado
Com um retrospecto que o coloca como um dos maiores ginastas de todos os tempos, o japonês Kohei Uchimura caiu durante a performance na barra fixa, a única categoria que disputou em Tóquio, e encerrou de forma precoce sua participação em casa.
Uchimura, 32, chegou para os Jogos em casa carregando o status de bicampeão olímpico no individual geral, além de colecionar outras cinco medalhas nos Jogos (um ouro e quatro pratas) e 10 títulos mundiais. Ele escreveu seu nome no esporte ao vencer o individual geral em todas as grandes competições durante dois ciclos olímpicos, entre 2009 e 2016.
Abalado por lesões, no entanto, ele concorreu apenas na barra fixa em Tóquio. Com a queda, terminou na 20ª posição e acabou eliminado.