Rio analisa novo pedido do Flamengo para liberação de 35% de público no Maracanã
Solicitação é para 15 de setembro, data em que começa a valer o passaporte da vacina na cidade
O Rio de Janeiro analisa um pedido do Flamengo e pode liberar até 35% do público do Maracanã para jogos de futebol. Se a solicitação para 15 de setembro for aprovada, os torcedores voltarão ao estádio com o que a Secretaria Municipal de Saúde tem chamado de dupla proteção: pessoas com esquema vacinal completo contra a Covid-19 e testadas até 48 horas antes do evento.
Esta também é a data prevista para que entre em funcionamento a cobrança do passaporte da vacina.
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, confirma que a pasta recebeu o pedido apresentado pelo clube rubro-negro, e que ele está em análise pela área técnica.
“É uma solicitação na linha dos eventos-teste previstos pelos decretos que publicamos na sexta-feira da semana passada (27). Eles estão ocorrendo no mundo inteiro, e a NBA, a liga profissional de basquete americana, tem um protocolo bem parecido”, explica.
Há uma expectativa de que um decreto seja publicado no Diário Oficial do Município na próxima semana, autorizando a liberação nessas condições.
A ideia é que, com avanço da campanha de vacinação e com a estabilidade dos indicadores da pandemia na cidade, esse patamar possa progredir até chegar a 50%.
Se a norma for mesmo publicada, o primeiro jogo a ser beneficiado pela medida, nos moldes solicitados, pode ser o jogo entre Flamengo e Grêmio, no dia 15, partida de volta das quartas de final da Copa do Brasil. No jogo de ida, em Porto Alegre, o time da Gávea venceu por 4 a 0.
Se ocorrer, essa será a terceira liberação de público para jogos de futebol no Maracanã desde o início da pandemia de Covid-19.
Em janeiro, o município liberou 10% da capacidade do estádio para a decisão da Taça Libertadores da América, quando o Palmeiras venceu o Santos por 1 a 0 e foi campeão.
Em julho, nos mesmos moldes, ocorreu a final da Copa América, quando a Argentina venceu o Brasil por 1 a 0 e quebrou um jejum de títulos que vinha desde 1993.
No dia 30 de junho, a Prefeitura do Rio anunciou um plano de flexibilização gradual em três fases. Ele previa para a primeira, prevista para 2 de setembro, a retomada de 50% da capacidade de público em estádios, desde que o município tivesse alcançado as metas de vacinar 77% da população com a primeira dose e 45% com a segunda.
Dias depois, no entanto, a meta de aplicação da segunda dose subiu para 50%, por orientação do Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19.
No entanto, como naquele momento havia alta de internações e de procura nas redes por sintomas de síndromes gripal e respiratória aguda grave, não havia sido apresentada uma nova data para a flexibilização.
Passaporte da vacina
A exigência de comprovação de vacinação para acesso a academias, estádios, ginásios e pontos turísticos começaria a valer no dia 2 de setembro. No entanto, problemas que geraram instabilidade na plataforma ConecteSus fizeram com que o município adiasse a adoção da medida para o dia 15 de setembro.
O anúncio da medida, ocorrido no dia 27, levou a uma corrida aos postos de imunização. De acordo com o secretário Daniel Soranz, o número de pessoas com a aplicação da segunda dose em atraso diminuiu. A pasta ainda programa ações educativas para convencer mais pessoas.
“Foi muito impressionante a corrida para tomar a primeira dose, e a segunda, de pessoas que estavam com a vacina atrasada. A gente até não esperava um resultado tão positivo em relação a isso. A partir da próxima semana, teremos uma série de ações [educativas] com os serviços regulados, montados pela Vigilância Sanitária”, afirmou Soranz nesta sexta-feira (3) durante a apresentação do boletim epidemiológico semanal.
No dia seguinte ao anúncio do passaporte da vacina, um sábado (28) destinado à repescagem, foram aplicadas 48 mil doses. O triplo das 16 mil aplicadas no sábado anterior (21).