Paulo Wanderley é reeleito presidente do COB
Dirigente de 70 anos conquistou 26 dos 48 votos que estavam em disputa
Paulo Wanderley Teixeira, de 70 anos, foi reeleito presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Ao lado do vice, Marco La Porta, o atual presidente conquistou 26 dos 48 votos que estavam em disputa. Seriam 49 membros com direito a voto, mas o representante da Confederação Brasileira de Handebol não compareceu.
A chapa “COB+Forte”, encabeçada pelo presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Rafael Westrupp, de 40 anos, que tinha como vice-presidente o campeão olímpico de Atenas em 2004 no vôlei de praia Emanuel Rego, conquistou 20 votos. A dupla formada por Hélio Meirelles, presidente da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno, de 68 anos, e o medalhista olímpico e mundial dos 100 metros, o velocista Robson Caetano, ficou com apenas dois votos.
É a primeira vez em mais de 40 anos que a disputa pelo comando do COB tem vários candidatos. A última eleição com oposição tinha sido em 1979. O presidente eleito considerou o confronto difícil durante o processo eleitoral. Ele comentou que houve ofensas e confrontos desnecessários. “O COB não é político. Lidamos com todos os parlamentares, mas não pode haver intervenção deles.”
O colégio eleitoral do COB tem 49 integrantes, formado por 35 representantes das Confederações Brasileiras Olímpicas, dois membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) e 12 membros da Comissão de Atletas do COB. Essa foi a primeira vez que os atletas tiveram mais voz. Na última eleição, eles tiveram direito a apenas um voto.
Além da escolha do presidente e vice-presidente, também foram eleitos os sete membros do Conselho de Administração do Desporto. São eles: José Luiz Vasconcellos (Ciclismo), Karl Anders Ivar Pettersson (Desportos na neve), Matheus Figueiredo (Desportos no gelo), Raphael Nishimura (Escalada esportiva), Alberto Cavalcanti Maciel Junior (Taekwondo), Silvio Acácio Borges (Judô) e Ernesto Teixeira Pitanga (Triathlon). Ricardo Leyser Gonçalves foi escolhido como membro independente. O representante deste cargo é aquele que não mantém ou manteve nos últimos dois anos qualquer vínculo econômico ou jurídico com entidades do Sistema Nacional do Desporto, bem como seus parentes, afins ou consanguíneos, até o segundo grau. Humberto Aparecido Panzetti disputou sozinho a vaga no Conselho de Ética.
Os vencedores dirigirão o Comitê pelos próximos quatro anos, período que engloba duas Olimpíadas. Em 2021, os Jogos Olímpicos de Tóquio, que seriam esse ano e foram adiados por causa da pandemia do novo coronavírus, e os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.
O Comitê Olímpico do Brasil
O COB foi fundado em 1914, há 106 anos, mas só passou a ter atuação mesmo em 1935. Nesses 85 anos, teve apenas oito presidentes. Só o Carlos Arthur Nuzman ficou à frente do comitê por 22 anos. É a primeira vez desde 1994 que ele não disputará a vaga. Nuzman renunciou ao cargo em 2017, depois de ser preso acusado de intermediar a compra de votos de integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a eleição do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016. Após a renúncia a cadeira de presidente foi ocupada pelo vice, Paulo Wanderley Teixeira.