
Galvão Bueno volta à Globo para homenagear Zagallo e chora
Ídolo da Seleção morreu nessa sexta-feira (5), aos 92 anos, no Rio de Janeiro
Zagallo, nome histórico da Seleção Brasileira, morreu nessa sexta-feira (5), aos 92 anos, no Rio de Janeiro. Ex-técnico e jogador, o ídolo recebeu diversas homenagens e, entre elas, um discurso emocionante de Galvão Bueno.
O comunicador não economizou nas palavras para destacar a importância de Zagallo dentro de campo e com a bola nos pés.
Ele sabia driblar, ir para a linha de fundo, fazer gols. Mas em campo, criou o novo desenho para o futebol mundial: o ‘formiguinha’. […] Isso mudou a história do futebol”]Tinha uma capacidade de fazer as coisas e fazer o bem para o futebol. […] Ele sabia driblar, ir para a linha de fundo, fazer gols. Mas em campo, criou o novo desenho para o futebol mundial: o ‘formiguinha’. […] Isso mudou a história do futebol
”Galvão
Galvão Bueno foi além e relembrou relatos de Pep Guardiola, técnico multicampeão, que também já reconheceu o legado do ídolo brasileiro.
Guardiola, que é o grande técnico do momento no futebol mundial, já ter dito mais de uma vez ‘meu avô me contava como o Zagallo fazia a Seleção Brasileira jogar, meu pai me contava, e o meu futebol é inspirado naquilo que o Zagallo criou no futebol’. Nesse aspecto não é necessário dizer mais nada
Galvão Bueno
Lado humano de Zagallo
O ex-narrador também fez questão de falar sobre o lado humano de Zagallo. Galvão falou sobre o lado emotivo do tetracampeão mundial, apesar de suas “ranzinzices”.
Como ser humano, é admirável. Tinha as ‘ranzinzices’ dele, às vezes um pouco ranzinza, mas quem nunca? Eu me lembro de uma entrevista que fiz com ele, na Copa de 1998, na França. Foi às lágrimas de uma forma, porque eu comecei a lembrar as dificuldades, vitórias, conquistas e derrotas. Só um ser humano muito bom pode sentir aquilo
Galvão Bueno
“Ele passava isso para as pessoas. Última vez que encontrei Zagallo foi no desfile da escola de samba. O filho dele me disse ‘papai está ali e quer falar com você’. Ele já tinha uma dificuldade de ficar em pé, eu o abracei e choramos juntos. Esse era o Zagallo”, completou.
De volta ao lado profissional do ídolo, Galvão Bueno foi direto ao falar sobre a relevância da Seleção Brasileira de 1970 para o futebol mundial.
Como técnico nem se fala. […] Criou uma Seleção que, sem nenhum questionamento, é o maior time que já foi montado na história do futebol
A morte de Zagallo
Uma das maiores lendas do futebol, Mario Jorge Lobo Zagallo morreu nessa sexta-feira (5), aos 92 anos, no Rio de Janeiro. A informação da morte de Zagallo foi confirmada por meio de uma nota divulgada em suas redes sociais.
Ex-técnico e jogador, ele participou diretamente de quatro das cinco conquistas de Copa do Mundo da Seleção Brasileira. Em 1958 e 62 como atleta, em 1970 como técnico e em 1994 como coordenador técnico.
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Mário Jorge Lobo Zagallo, ex-futebolista e treinador brasileiro • Lucas Figueiredo/CBF
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Zagallo durante a Copa do Mundo de 1958, na Suécia • ANTONIO LÚCIO/ESTADÃO CONTEÚDO
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Da esquerda para a direita: Djalma Santos, Zagallo, Pelé, Zito e o chefe da delegação brasileira, Paulo Machado de Carvalho, seguram a taça Jules Rimet, na Copa do Mundo de 1958, na Suécia • ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/
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Zagallo chora durante a comemoração pela conquista da segunda Copa do Mundo da Seleção Brasileira, após vitória do Brasil sobre o Chile por 4 a 2, no estádio Nacional do Chile, em Santiago, em 1962 • REGINALDO MANENTE
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Os jogadores Nilton Santos (e), Garrincha (c) e Zagallo, conversam durante treino da equipe do Botafogo, no estádio General Severiano, no Rio, em 1966 • ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/
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O técnico Mario Jorge Lobo Zagallo segura bola durante treino da Seleção Brasileira na Copa de 1970, no México • ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO
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O então técnico da Seleção Brasileira, Zagallo, à esquerda, e o preparador físico, Carlos Alberto Parreira, se abraçam após a conquista do tricampeonato no estádio Azteca, na Copa do Mundo de 1970, no México • ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO
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Zagallo, técnico da Seleção Brasileira em 1973 • ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/
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O técnico Zagallo dirigindo a Seleção Brasileira no jogo em que o Brasil ganhou da Argentina por 2 a 1 na Copa do Mundo de 1974, na Alemanha • ARQUIVO
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O atacante Ronaldo Fenômeno e o auxiliar técnico Zagallo observam o técnico Carlos Alberto Parreira durante treino da Seleção Brasileira, em São Paulo, em 1994. • WILSON PEDROSA/ESTADÃO CONTEÚDO/
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O técnico Zagallo durante treino da Seleção Brasileira na véspera do início da Copa do Mundo de 1998, na França • CÉLIO JR/ESTADÃO CONTEÚDO
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O técnico Zagallo consola o atacante Ronaldo após derrota na final da Copa do Mundo de 1998, para a França, anfitriã do torneio • CELIO JR/ESTADÃO CONTEÚDO
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O técnico Zagallo chora a derrota para a França na Copa do Mundo de 1998 • PAULO PINTO
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O então treinador da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, e o coordenador técnico, Zagallo, durante apresentação da nova comissão técnica, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em 2003 • FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO/
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O coordenador-técnico da seleção brasileira, Zagallo, durante o Revezamento da Tocha Olímpica de Atenas 2004 pelas ruas do Rio de Janeiro • FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO/
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Zagallo antes do início da cerimônia do sorteio oficial da Copa do Mundo de 2014, na Costa do Sauipe, litoral norte da Bahia • Marcello Zambrana/ESTADÃO CONTEÚDO
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Museu da Seleção Brasileira inaugura estátua de cera em homenagem a Mário Jorge Lobo Zagallo na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro • Tomaz Silva/Agência Brasil
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Zagallo e a família do filho mais novo, Mário Cesar • Reprodução/Instagram
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Como treinador, Zagallo é o recordista de jogos pela Seleção. Foram 131 partidas em três passagens diferentes (1967-1968; 1970-1974; 1994-1998). Além da equipe principal, ele também foi comandante da Seleção Olímpica (1996). Nos dois cargos, foram 154 jogos com 114 vitórias, 28 empates e 12 derrotas.
O Velho Lobo ainda exerceu uma terceira função na CBF. Ele foi coordenador técnico em dois períodos distintos. Entre 1991 e 1994 e 2003 a 2006, quando o Brasil era treinado por Carlos Alberto Parreira.
No cargo, foram 96 jogos com 53 vitórias, 32 empates e 11 derrotas. Ele foi campeão da Copa do Mundo em 1994, da Copa América em 2004 e da Copa das Confederações em 2005.