Estádios da Copa serão território neutro para atos de inclusão, diz especialista
À CNN Rádio, a advogada Ana Paula Terra afirmou que leis controversas do Catar devem ser aplicáveis somente fora dos estádios
Dez times europeus já anunciaram que vão participar da campanha OneLove, que promove a inclusão e se opõe à discriminação, na Copa do Mundo do Catar.
Os capitães das equipes devem usar uma braçadeira com um coração com todas as cores durante o torneio, que começa daqui a um mês, em 20 de novembro.
A iniciativa é da Federação Holandesa, que escolheu as cores para representar todas as heranças, origens, gêneros e identidades sexuais.
O Catar é alvo de críticas pela falta de ações em prol de direitos humanos, e possui uma lei que considera relações do mesmo sexo como ofensa criminal.
Em entrevista à CNN Rádio, no CNN No Plural +, a advogada especialista em Direito Esportivo Ana Paula Terra explicou que estádios e arenas esportivas “são considerados território neutro”, diferentemente das ruas.
Ela compara a situação com a Copa da Rússia, que também tem leis semelhantes, e que não houve notícia de repressão dentro dos estádios.
“Dentro dos estádios há sistema de segurança da Fifa e autoridades locais são orientadas pela entidade, é um dos temas muito divulgados, todos devem ser recebidos de forma igual”, reforçou.
Segundo a especialista, o tratamento nas ruas deve ser diferente, embora houvesse a expectativa de que as leis vigentes fossem suspensas.
“Isso não se concretizou, embora a Fifa propague a diversidade contra a discriminação”, disse.
Ela completou: “Nas ruas vai vigorar o que a polícia local entender.”
A advogada também defende que o público que vai ao Catar deve seguir as orientações locais, mesmo que a ideia seja de estadia tranquila.
No caso dos brasileiros, ela acredita que é necessário procurar os órgãos oficiais, como o ministério de Relações Exteriores, para regras e dicas antes da competição começar.
*Com produção de Isabel Campos e Camila Olivo