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    Estádios da Copa serão território neutro para atos de inclusão, diz especialista

    À CNN Rádio, a advogada Ana Paula Terra afirmou que leis controversas do Catar devem ser aplicáveis somente fora dos estádios

    Amanda Garciada CNNRafael Câmara

    Dez times europeus já anunciaram que vão participar da campanha OneLove, que promove a inclusão e se opõe à discriminação, na Copa do Mundo do Catar.

    Os capitães das equipes devem usar uma braçadeira com um coração com todas as cores durante o torneio, que começa daqui a um mês, em 20 de novembro.

    A iniciativa é da Federação Holandesa, que escolheu as cores para representar todas as heranças, origens, gêneros e identidades sexuais.

    O Catar é alvo de críticas pela falta de ações em prol de direitos humanos, e possui uma lei que considera relações do mesmo sexo como ofensa criminal.

    Em entrevista à CNN Rádio, no CNN No Plural +, a advogada especialista em Direito Esportivo Ana Paula Terra explicou que estádios e arenas esportivas “são considerados território neutro”, diferentemente das ruas.

    Ela compara a situação com a Copa da Rússia, que também tem leis semelhantes, e que não houve notícia de repressão dentro dos estádios.

    “Dentro dos estádios há sistema de segurança da Fifa e autoridades locais são orientadas pela entidade, é um dos temas muito divulgados, todos devem ser recebidos de forma igual”, reforçou.

    Segundo a especialista, o tratamento nas ruas deve ser diferente, embora houvesse a expectativa de que as leis vigentes fossem suspensas.

    “Isso não se concretizou, embora a Fifa propague a diversidade contra a discriminação”, disse.

    Ela completou: “Nas ruas vai vigorar o que a polícia local entender.”

    A advogada também defende que o público que vai ao Catar deve seguir as orientações locais, mesmo que a ideia seja de estadia tranquila.

    No caso dos brasileiros, ela acredita que é necessário procurar os órgãos oficiais, como o ministério de Relações Exteriores, para regras e dicas antes da competição começar.

    *Com produção de Isabel Campos e Camila Olivo

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