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    Com 3.177 casos de Covid-19, Tóquio registra segundo recorde diário consecutivo

    Aumento de infecções na cidade-sede das Olimpíadas de 2020 eleva pressão sobre hospitais japoneses; cidades querem que governo declare estado de emergência

    Tóquio, cidade-sede das Olimpíadas de 2020, registrou nesta quarta-feira (28) um novo recorde de casos diários do novo coronavírus: 3.177 infecções, o que aumenta a pressão sobre os hospitais da cidade, de acordo com as autoridades.

    O crescimento de casos de Covid-19 aumenta também as preocupações com os Jogos, que ocorrem em condições sanitárias sem precedentes, incluindo a proibição de espectadores na maioria das instalações.

    Também representa problemas para o primeiro-ministro Yoshihide Suga, cujos índices de apoio são os mais baixos desde que assumiu o cargo, em setembro, meses antes de uma disputa pela liderança de seu partido e de uma eleição parlamentar.

    Em todo o país, o número de novos casos de Covid-19 passou de 9.000 pela primeira vez, de acordo com cálculos da emissora pública NHK

    Os governadores de três prefeituras perto de Tóquio – Kanagawa, Chiba e Saitama – vão pedir ao governo na quinta-feira (29) que declare estado de emergência para suas regiões, disse o ministro da Economia, Yasutoshi Nishimura, que lidera a resposta do Japão à Covid-19, a um painel parlamentar.

    “Acho que entramos em uma tendência de aumento acentuado de casos, o que eu mais temia”, disse o governador de Kanagawa, Yuji Kuroiwa, a repórteres.

    Tóquio está em seu quarto estado de emergência, que deve durar até o final das Olimpíadas, enquanto as outras três regiões implementaram medidas de “quase-emergência”.

    No entanto, enquanto muitos países impõem severos bloqueios sociais e econômicos, as medidas de Tóquio baseiam-se principalmente em pedir aos restaurantes que servem bebidas alcoólicas não abram e que outros estabelecimentos fechem às 20h.

    Crise nacional após as Olimpíadas

    Os organizadores das Olimpíadas relataram 16 novos casos relacionados aos Jogos, elevando para 169 o total desde 1º de julho. Atletas, funcionários e imprensa devem seguir regras rígidas, incluindo testes frequentes, dentro de uma “bolha olímpica”.

    Muitos japoneses estão preocupados com a disseminação de infecções entre os participantes dos Jogos. Suga pediu na terça-feira que as pessoas fiquem em casa o máximo possível e assistam às Olimpíadas pela televisão.

    Mas o legislador do opositor Partido Democrático Constitucional, Jun Azumi, disse que o governo está sendo otimista demais.

    “A menos que revise sua visão da situação da infecção, após o fim das Olimpíadas haverá uma grave crise nacional afetando a vida das pessoas, incluindo o colapso do sistema médico”, disse ele à NHK.

    O Japão evitou os surtos devastadores sofridos por outros países, como Índia, Estados Unidos e Brasil, mas sua quinta onda de pandemia está sobrecarregando os hospitais.

    Muitos japoneses se cansaram das restrições amplamente voluntárias e alguns especialistas dizem que a decisão de prosseguir com as Olimpíadas enviou uma mensagem confusa, representando um risco maior do que a disseminação direta entre os participantes dos Jogos.

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