Érica Sena leva punição e perde chance de pódio na marcha atlética; entenda
Brasileira era a terceira colocada até os últimos metros da prova, quando recebeu a terceira advertência e precisou parar por dois minutos


A brasileira Érica Sena ficou muito perto de ganhar uma medalha na disputa da marcha atlética 20 km das Olimpíadas 2020, nesta sexta-feira (6). Ela ocupava a terceira colocação nos últimos metros, brigando pela prata, quando sofreu uma punição de 2 minutos por perder o contato com o solo pela terceira vez na prova.
Érica, que ocupou o pelotão da frente desde o início da prova, terminou com a 11ª posição, com o tempo de 1h31min39s. Ao ser advertida pela terceira vez e sofrer a punição, restando poucos metros para a linha de chegada, ela parou na área determinada para cumprir a penalidade e chorou. De acordo com o Olimpíada Todo Dia, ela saiu abalada da prova e não parou para dar entrevistas.
A medalha de ouro foi para a italiana Antonella Palmisano, com a marca de 1h29min12s. A colombiana Sandra Lorena Arenas ficou com a prata, 0s25 atrás, e a chinesa Liu Hong foi bronze, a 0s45 da líder.
Entenda a punição sofrida pela brasileira
As regras da marcha atlética exigem que os atletas mantenham sempre um pé no chão. Eles também não podem dobrar o joelho durante a prova. Diversos árbitros ficam espalhados pelo circuito de 20 km aplicando as advertências.
Ao sofrer três avisos, o atleta é obrigado a ficar parado por dois minutos em uma área determinada da pista. As advertências precisam ser efetuadas por árbitros diferentes, em momentos distintos da prova.
Em uma prova competitiva, a punição, na prática, tira o atleta da disputa pela vitória. As advertências são comuns: tanto a colombiana Sandra Lorena Arenas, prata, quanto a chinesa Liu Hong, bronze, foram advertidas duas vezes e estiveram perto de sofrer uma punição equivalente à da brasileira.
Os medalhistas em Tóquio na última quinta-feira (5):
- 1 de 25
Aos 14 anos, chinesa Quan Hongchan conquistou a medalha de ouro nos saltos ornamentais, na plataforma de 10 metros • Dmitri Lovetsky/AP
- 2 de 25
Jovem australiano Keegan Palmer foi o grande vencedor da final do skate park masculino e levou a medalha de ouro • Ben Curtis/AP
- 3 de 25
Português Pedro Pichardo conquistou a medalha de ouro no salto triplo • David J. Phillip/AP
-
- 4 de 25
Ryan Crouser bateu o recorde olímpico e conquistou a medalha de ouro no arremesso de peso • Matthias Hangst/AP
- 5 de 25
Húngaro Totka Sandor foi o grande vencedor da prova do K-1 200 metros e levou a medalha de ouro • Lee Jin-man/AP
- 6 de 25
Australianos Thomas Green e Jean van der Westhuyzen levaram o ouro no K-2 1.000 metros • Lee Jin-man/AP
-
- 7 de 25
Lisa Carrington, da Nova Zelândia, conquistou a medalha de ouro no K-1 500 metros das Olimpíadas de Tóquio • Lee Jin-man/AP
- 8 de 25
Americana Nevin Harrison foi a vencedora da categoria C-1 200 metros e também levou o ouro olímpico para casa • Lee Jin-man/AP
- 9 de 25
Alemão Florian Wellbrock conquistou a medalha de ouro na maratona aquática masculina nesta quinta-feira (5) • Jae C. Hong/AP
-
- 10 de 25
Albert Batyrgaziev, do Comitê Olímpico Russo, foi o campeão olímpico na categoria até 57kg do boxe masculino • Frank Franklin II/AP
- 11 de 25
Equipe belga de hockey celebra conquista do ouro contra a Austrália • John Minchillo - 5.ago.2021/AP
- 12 de 25
Alberto Ginés López, primeiro campeão olímpico de escalada • Gregory Bull - 5.ago.2021/AP
-
- 13 de 25
Chen Meng, Sun Yingsha e Wang Manyu, da China, medalistas de ouro no tênis de mesa feminino • Kin Cheung - 5.ago.2021/AP
- 14 de 25
Risako Kawai, do Japão, conquistou o ouro na luta olímpica estilo livre - 57kg • Aaron Favila - 5.ago.2021/AP
- 15 de 25
Steven da Costa, da França, com a medalha de ouro do karatê kumite - 67kg • Vincent Thian - 5.ago.2021/AP
-
- 16 de 25
David Morris Taylor III (EUA), ouro na luta olímpica estilo livre - 86kg • Aaron Favila - 5.ago.2021/AP
- 17 de 25
Sandra Sánchez Jaime, da Espanha, ouro no Karatê kata nos Jogos de Tóquio • Vincent Thian - 5.ago.2021/AP
- 18 de 25
Lutador russo Zavur Uguev com a medalha de ouro da luta livre - 57kg • Aaron Favila - 5.ago.2021/AP
-
- 19 de 25
Hansle Parchment (Jamaica) com a medalha de ouro da prova de 100m com barreiras • Martin Meissner - 5.ago.2021/AP
- 20 de 25
Nafissatou Thiam (Bélgica) ficou com o título do heptatlo em Tóquio • Charlie Riedel - 5.ago.2021/AP
- 21 de 25
Damian Warner (Canadá) celebra conquista do ouro no decatlo • Petr David Josek - 5.ago.2021/AP
-
- 22 de 25
Steven Gardiner, de Bahamas, foi o vencedor da prova masculina de 400m rasos • Petr David Josek - 5.ago.2021/AP
- 23 de 25
Britânico Matthew Walls ficou com medalha de ouro no ciclismo omnium • Thibault Camus - 5.ago.2021/AP
- 24 de 25
Shanne Braspennincx, da Holanda, conquistou ouro no ciclismo keirin • Thibault Camus - 5.ago.2021/AP
-
- 25 de 25
Italiano Massimo Stano surpreendeu e ficou com ouro na marcha atlética masculina de 20km • Shuji Kajiyama - 5.ago.2021/AP
O enredo já era conhecido de Érica Sena. Nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, a brasileira vencia a prova com folga quando tomou a terceira punição – na ocasião, ainda conseguiu a medalha de bronze.
Nos Jogos de Tóquio, Érica Sena estava a cerca de 10 segundos da segunda colocada quando cruzou a linha de chegada para o quilômetro final. A brasileira começou a apertar o ritmo e estava próxima da colombiana. Érica, no entanto, já tinha recebido da direção de prova uma terceira punição, que não foi aplicada de imediato. Quando faltavam menos de 500 metros para a linha de chegada, ela se deparou com a placa e foi obrigada a parar.
Não é a primeira vez que uma punição do tipo ocorre no final da disputa nos Jogos Olímpicos. Em Sydney-2000, a australiana Jane Saville se preparava para fechar em primeiro e ser ovacionada pelo público local. A menos de 400m, no entanto, levou a terceira punição e ficou fora do pódio.
Preparação no Equador
Érica Sena, 36, nasceu em Camaragibe, em Pernambuco e se mudou para Cuenca, no Equador, em 2011. No país, que é referência na marcha atlética, ela mora com o marido e treinador, o equatoriano Andrés Chocho.
A ideia era melhorar sua preparação treinando na altitude. A estratégia funcionou: a brasileira melhorou seu nível e entrou para o top 10 do mundo.
Entre os seus melhores resultados estão a quarta posição nos dois últimos Mundiais e no Mundial de marcha atlética, em 2018. A pernambucana também possui duas medalhas nos Jogos Pan-Americanos – uma prata em Toronto-2015 e o bronze em Lima-2019, quando também foi punida com três advertências e perdeu a chance do ouro.
(Com informações do Olimpíada Todo Dia)