Brasil conquista 15.º ouro em Tóquio; Daniel Dias se despede das piscinas
Maria Carolina Santiago vence 100 m peito (classe SB12) e conquista 3.º ouro em Tóquio; Brasil está na 7.ª colocação no quadro de medalhas


No 8º dia de competições em Tóquio, o Brasil conquistou sua 15.ª medalha de ouro nas Paralimpíadas e superou o número de medalhas douradas conquistadas na Rio-2016 – agora, faltam seis para igualar o recorde estabelecido em Londres 2012.
Esta quarta-feira (1º) também foi dia de despedida nos Jogos Paralímpicos: Daniel Dias, maior atleta paralímpico da história do país – e um dos maiores do mundo –, disputou sua última prova nas piscinas.
A vitória olímpica do dia foi conquistada por Maria Carolina Santiago, que levou o ouro nos 100 m peito (classe SB12). Essa foi a terceira vez que a paratleta subiu ao lugar mais alto do pódio no Japão – ela já havia vencido os 100 m livre e os 50 m livre.
O tempo de 1min14s89 registrado pela brasileira também valeu o recorde paralímpico da prova, feito que ela também alcançou na prova dos 50 m livre
Aos 36 anos, Maria Carolina também ganhou o bronze nos 100 m costas e a prata no revezamento misto dos 4 x 100 m livre – 49 pontos, ao lado de Wendell Belarmino (S11), Douglas Matera (S13) e Lucilene Sousa (S12).
Ainda na natação, Cecília Jerônimo de Araújo conquistou a medalha de prata nos 50 m livre (classe S8) e Talisson Glock ficou com o bronze nos 100 m livre (classe S6).
O país também faturou dois bronzes na bocha, com Maciel Santos (classe BC2) e José Carlos Chagas de Oliveira (classe BC1). Na disputa do tênis de mesa, o país também conquistou o bronze por equipes da classe 9-10 entre as mulheres.
Assim, o Brasil soma 48 medalhas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, com 15 ouros, 12 pratas e 21 bronzes. Está na 7ª colocação no quadro de medalhas.
Despedida de Daniel Dias

Após disputar quatro edições dos Jogos Paralímpicos (Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2021), o nadador Daniel Dias se despediu das piscinas com a quarta colocação nos 50m livre (classe S5 – para atletas com comprometimentos físicos-motores) nesta quarta-feira (1º).
O multimedalhista, que havia anunciado em janeiro sua aposentadoria após os Jogos, encerrou a sua última prova da carreira com o tempo de 32s12. O pódio foi formado pelos chineses Tao Zheng (30s31), que bateu o recorde paralímpico, Weiyi Yuan (31s11) e Lichao Wang (31s35).
Maior medalhista paralímpico brasileiro da história, Daniel subiu 27 vezes ao pódio nas quatro edições do evento em que competiu. Ao todo, conquistou 14 medalhas de ouro, 7 de prata e 6 de bronze.
“Gostaria de agradecer a Deus pelo dom que me deu, por tudo que me deu no esporte. Obrigado. A palavra é gratidão. É difícil conseguir falar. Espero que muitas crianças, com deficiência ou sem, estejam vendo e assistindo. Acreditem no sonho de vocês. A deficiência não define quem somos. Gratidão é o principal sentimento agora”, disse Daniel, após sua última prova.

Além do marcante desempenho em Jogos Paralímpicos, Daniel também tem na carreira 40 medalhas em seis mundiais, sendo 31 ouros, 7 pratas e 2 bronzes, e 33 pódios em Jogos Parapan-americanos, com medalha de ouro em todos.
Esses resultados renderam a ele três troféus do Prêmio Laureus, considerado o “Oscar do Esporte”. Daniel é o único brasileiro a alcançar esta façanha. No mundo, apenas mais quatro esportistas masculinos conseguiram este feito.