Atleta olímpico de Tonga arrecada US$ 310 mil para vítimas de erupção vulcânica
Em sua página no Instagram, Pita Taufatofua revelou que não tem notícias do pai desde o tsunami fatal no sábado (15)


Uma campanha de arrecadação de fundos esquematizada pelo porta-bandeira olímpico de Tonga, Pita Taufatofua, acumulou mais de US$ 310.000 após a enorme erupção vulcânica no sábado (15).
Conhecido por ter aparecido com o torso besuntado em óleo na cerimônia de abertura das Olimpíadas, Taufatofua criou uma página no site de campanhas GoFundMe, verificada pela CNN, na segunda-feira (17) depois do desastre.
De acordo com a página do GoFundMe, os fundos serão “destinados àqueles em maior necessidade”, assim como para reparos na infraestrutura, escolas e hospitais que foram danificados.
“Como todos sabem, um enorme tsunami causado por uma erupção vulcânica devastou Tonga…estamos buscando suas doações para ajudar nosso reino de ilhas”, diz o site. “Sua ajuda e suporte nesses tempos de dificuldade é muito apreciada”.

Descrevendo a erupção como um “desastre sem precedentes”, o primeiro-ministro tonganês Siaosi Sovaleni acrescentou que “um cogumelo de cinzas vulcânicas” se estendeu e cobriu quase todas as 170 ilhas – das quais 36 são inabitadas – impactando uma população de mais de 100 mil pessoas.
Atleta do taekwondo e do esqui cross country, Taufatofua postou em seu Instagram na quarta-feira (19) que ainda não teve notícias de seu pai, o governador de Haapai, que estava na ilha principal de Tongatapu no momento da erupção.

Taudatofua, acrescentou que, no entanto, a casa de sua família na ilha de Haapai ainda está de pé.
“Acabei de saber que nossa família na ilha de Haapai está segura e que nossa casa lá, “Fuino”, ainda está de pé! Ela tem mais de 100 anos e já passou por muitos ciclones e agora um tsunami”, escreveu o atleta.
“Ainda não tenho notícias do meu pai ou da nossa família em Kotu e as ilhas mais baixas nos arredores.”
Herói olímpico
Taufatofua representou Tonga no taekwondo na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, e no esqui cross country na Olimpíada de Inverno de 2018, em Pyeongchang.
O que o tornou uma personalidade viral, no entanto, foram as imagens dele na cerimônia de abertura em 2016, sem camisa, besuntado em óleo e usando um adereço tradicional tonganês no quadril, enquanto balançava a bandeira de seu país. Na Coreia do Sul, dois anos depois, desafiando o frio, Taufatofua o fez novamente.
Na Olimpíada de Tóquio, em 2021, Taufatofua agradou os fãs mais uma vez, aparecendo sem camisa e besuntado com a bandeira de Tonga, mas com uma co-porta-bandeira, Malia Maile Paseka, que competiu no taekwondo.

Taufatofua estava treinando taekwondo e tentando se classificar para a canoagem nos Jogos de 2020, um esporte que estava aprendendo em homenagem a seus ancestrais, e também por razões ambientais.
“Eu quero levar conscientização para os oceanos, para o nosso planeta e fazer com que as pessoas vejam que o que está acontecendo no nosso planeta é algo para que todos devemos estar alertas”, Taufatofua disse para a CNN.
“Eu amo estar no oceano, estar no mar. É um esporte que me anima. Eu ainda não o aprendi, mas me anima ao mesmo tempo.”
No entanto, ele não obteve a classificação na canoagem, significando que ele competiu somente no taekwondo.
Mesmo assim, Taufatofua ainda fez história ao se tornar a primeira pessoa a competir em três Olimpíadas consecutivas desde o início das Olimpíadas de Inverno em 1924.
Em sua página no GoFundMe, o atleta de 38 anos disse que está em um “centro de treinamento na Austrália“.