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    Rebeca Andrade ajudou Lorrane Oliveira após perda de irmã: “Não soltou minha mão”

    À CNN, ginasta falou sobre relação de amizade com Rebeca e como apoio psicológico foi importante no luto pela morte da irmã mais nova

    Ana Cristina Schwambachda CNN

    Não é surpresa ou novidade que as ginastas Lorrane Oliveira e Rebeca Andrade são amigas. As medalhistas de bronze por equipes nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 mostram grande entrosamento no ginásio durante as competições.

    Mas essa amizade vai muito além do tablado. Ela desempenhou papel fundamental na vida de Lorrane antes da Olimpíada. Isso porque Rebeca Andrade se mostrou uma amiga preciosa quando Lorrane perdeu a irmã mais nova, Maria Luiza, de apenas 21 anos, em abril.

    Em entrevista exclusiva à CNN, a ginasta contou que a ajuda da equipe brasileira e, especialmente de Rebeca, foi primordial na primeira fase do luto e depois em sua recuperação e retorno aos treinos.

    “Meu treinador me mandava mensagem diariamente falando que estava comigo. Toda a minha equipe, a Rebeca que eu sou mais próxima, que é minha melhor amiga. Ela passou essa fase difícil comigo, quando eu descobri, eu estava no quarto com ela e foi um pesadelo pra ela também de uma certa maneira. Mas, mesmo assim, ela não soltou a minha mão, esteve comigo todos os dias, mesmo se eu estivesse chorando, ela não falava nada, só me abraçava e falava que tudo ia ficar bem”, revelou.

    Lorrane contou ainda que a conexão com Rebeca, que já era grande antes, até aumentou devido ao cuidado e amizade em um momento tão difícil.

    “Ela falava bobeira quando tinha que falar, chorava comigo quando tinha que chorar, me abraçava quando tinha que abraçar, me pegou pra ficar na casa dela quando eu tinha que ficar também. Isso tudo faz a diferença. A Rebe é isso tudo que vocês veem pela TV. Ela é amor, é cuidado, é carinho, proteção, ela é muito protetora, é amigona, faz todo mundo rir toda hora, só faz palhaçada. Eu sou mais velha que ela, mas parece que ela é minha irmã mais velha, porque ela cuida muito bem de mim e ela nem parece ter a idade que ela tem, ela é muito avançada, fora do patamar”, elogiou a medalhista olímpica.

    A equipe inteira da ginástica, que conta ainda com Jade Barbosa, Flávia Saraiva e Júlia Soares, também foi importante no processo de volta aos treinos antes dos Jogos de Paris.

    “Quando eu tinha voltado a treinar e falava que não ia conseguir, elas estavam ali, falando que eu ia conseguir que era só eu dar o meu melhor, e o meu melhor, às vezes, era só ir pro ginásio e não fazer nada e mesmo assim elas se orgulhavam disso. Então foram esses pequenos detalhes que fizeram a diferença.”

    A relação de amizade entre as ginastas brasileiras pode ser acompanhada também nas redes sociais. Rebeca Andrade e Lorrane Oliveira costumam publicar vídeos e fotos de momentos juntas durante treinos, competições e, claro, nas folgas também.

    Apoio do COB e da CBG

    Além da amizade da equipe brasileira e de Rebeca Andrade, Lorrane também contou com o apoio muito próximo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).

    As entidades se mostraram ágeis e preocupadas com a saúde mental de Lorrane. Quando a ginasta soube da morte da irmã, estava em Troyes, na França, junto com a seleção brasileira em um camping preparatório para os Jogos Olímpicos.

    “Se não fosse pelo Comitê Olímpico, pela CBG e pela minha equipe eu não teria conseguido. E isso é real. Quando eu soube da perda da minha irmã eu estava na França, foi o pior dia da minha vida. E eles já fizeram de tudo pra eu me sentir bem, o melhor possível. Eles disponibilizaram a minha médica pra voltar comigo, me acompanhar até o Brasil. Assim que eu pisei no Brasil a minha psicóloga já estava lá me esperando. Era pra ela estar indo pra Troyes e eles cancelaram e ela ficou no Brasil pra me acompanhar desde o início”, relembrou.

    Lorrane também destacou o papel de sua psicóloga e seu psiquiatra durante o processo de luto.

    “Eu tive todo o suporte possível que uma pessoa precisa ter. Tive acompanhamento psicológico, tive acompanhamento com meu psiquiatra, que é a Aline (Wolff) e o Hélio (Fadel). Se não fosse por eles, eu não teria conseguido”, ressaltou a ginasta.

    Experiência fez a diferença

    Mesmo com todo o apoio, o momento não deixou de ser difícil, como ela mesma considera, o mais difícil de sua vida. Mesmo assim, Lorrane conseguiu participar dos Jogos Olímpicos, desempenhando papel fundamental na equipe brasileira: a ginasta se apresenta nas barras assimétricas. A forma física não era a melhor, mas a experiência entrou junto no tablado para ajudar a conquistar a inédita medalha de bronze por equipes.

    “E eu até falo que não cheguei na Olimpíada na minha melhor forma por isso, mas com a experiência que eu tenho, a minha equipe confiou em mim. E óbvio, alguns meses eu consegui treinar. Mas o que eu digo de chegar da melhor maneira é da melhor maneira no fisico e de gesto técnico também. Mas deu tudo certo.”

    E a medalha, Lorrane faz questão de repetir é dedica à irmã, Maria Luiza.

    “Essa medalha é pra minha irmã, ela com certeza está muito orgulhosa de mim. Fiz por ela, consegui por ela. É do nosso Brasil, é minha, mas também pra minha irmã em primeiro lugar.”

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