Olimpíadas 2020 dia #5: Brasil leva prata no skate e bronze no judô
Kelvin Hoefler foi ao pódio na estreia do skate em Olimpíadas; Daniel Cargnin venceu israelense na luta pela medalha
O Brasil conquistou hoje suas duas primeiras medalhas em Tóquio. A prata de Kelvin Hoefler no skate street masculino foi também a primeira do esporte na história das Olimpíadas – e provavelmente não será a única do Brasil na modalidade. Hoje mesmo, com a estreia do street feminino, este número já pode crescer. Já o bronze de Daniel Cargnin na categoria até 66kg do judô é a 23ª medalha brasileira na modalidade que mais vezes nos levou ao pódio na história dos Jogos.
No tatame
Daniel começou a disputa com o israelense Baruch Shmailov de forma agressiva e encaixou rapidamente um golpe que lhe deu um waza-ari. Essa foi a única pontuação da luta pela medalha, que ainda teve uma punição para cada lado.
O judoca estreou nos Jogos com uma vitória sobre o egípcio Mohamed Abdelmawgoud por ippon. Na sequência, superou Denis Vieru, da Moldávia, por waza-ari, e o italiano Manuel Lombardo, líder do ranking mundial, também por um waza-ari, nos instantes finais do tempo regulamentar.
O sonho do ouro foi interrompido por Hifumi Abe, quinto colocado do mundo. O japonês derrotou o brasileiro por ippon após 2min25s de luta. Veio o bronze, bastante celebrado, após perder o mundial, em junho deste ano, por ter sido diagnosticado com Covid-19.
Na pista
Saiu, na madrugada, a primeira medalha para o Brasil nas Olimpíadas 2020. E ela veio na primeira disputa da história do skate nos Jogos. O paulista Kelvin Hoefler, de 28 anos, único skatista do país a chegar na final da categoria street conquistou a prata, atrás apenas do japonês Yuto Horigome — o norte-americano Jagger Eaton ficou com o bronze.
Depois de liderar a fase decisiva nas primeiras notas, ele teve uma queda. Em seguida, se recuperou para voltar aos três primeiros lugares. Na última manobra conquistou sua melhor nota, cravando o segundo lugar.
‘O skate corre nas minhas veias’
Kelvin tem ótimos resultados no currículo, mas não era uma medalha certa. Ele mesmo brincou com isso após a prova. “Eu sempre fui assim, nunca fui favorito, nunca vou ser favorito.”
“O skate vai continuar sendo o mesmo. Vou sair daqui, andar de skate amanhã, depois de amanhã, ele faz parte de mim, corre nas minhas veias. Não é só competir, é descer uma ladeira, sentir o vento no rosto, a amizade… É uma grande família”, comentou após o pódio.
Empate sem graça
O nível da exibição brasileira na estreia contra a Alemanha condicionou as expectativas, mas uma expulsão aos 15 minutos comprometeu a performance da equipe de André Jardine, que empatou em 0x0 com a Costa do Marfim, em Yokohama, na manhã deste domingo, 25. O resultado deixa o Brasil temporariamente em primeiro do grupo, empatado em pontos com a própria Costa do Marfim.
Brasil 100% no surfe
A Brazilian Storm não decepcionou na estreia do surfe nas Olimpíadas. Foram três vitórias em quatro baterias, com todos os representantes do país se classificando diretamente às oitavas de final: Ítalo Ferreira, Gabriel Medina, Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb.
Ítalo ganhou a primeira bateria da história do surfe na história dos Jogos Olímpicos, tendo conseguido o melhor somatório de notas da fase classificatória – 13,67. Medina teve um início mais lento, mas conseguiu surfar as suas melhores ondas na parte final da bateria, conseguindo 12,23 pontos.
Entre as mulheres, o desempenho também foi bom. Silvana Lima ficou atrás da australiana Stephanie Gilmore, mas seus 12,13 pontos foram suficientes para a classificação, assim como Tatiana Weston-Webb, que venceu sua bateria, com 11,33.
Sufoco e alívio no vôlei de praia
A dupla Evandro e Bruno Schmidt tomou um susto na estreia do vôlei de praia, mas saiu da areia com uma vitória por 2 sets a 1 sobre os chilenos Marco e Esteban Grimalt.
Com bons saques de Evandro, a dupla brasileira venceu o primeiro set com facilidade, por 21 a 15. Os chilenos cresceram no segundo set e fecharam a parcial com 21 a 16. No terceiro e decisivo set, os Grimalt começaram em vantagem e aumentaram a pressão sobre os brasileiros.
Evandro e Bruno conseguiram equilibrar a partida, viraram e fecharam em 15 a 12 para alívio dos notívagos. Na próxima rodada da primeira fase, a dupla enfrenta os marroquinos Abicha e Elgaroui.
Empate comemorado no handebol feminino
As brasileiras do handebol comemoram o empate e o desempenho na rodada de abertura das Olimpíadas. O motivo é que as adversárias eram as russas, atuais campeãs olímpicas. Além disso, as rivais terminaram o primeiro tempo à frente, com 14 a 12.
Na etapa final, a seleção brasileira, dirigida pelo espanhol Jorge Dueñas, reagiu e chegou a virar a partida. Depois de uma reviravolta russa, o Brasil igualou o placar novamente e teve, nas mãos de Bruna, a bola do jogo, mas desperdiçou o arremesso final. Os times empataram em 24 a 24.
O time brasileiro vem de um quinto lugar nas Olimpíadas do Rio, em 2016, e sonha com um pódio em Tóquio. O problema é que caiu em um grupo difícil na primeira fase. Na próxima rodada, pega a Hungria, na noite desta segunda-feira (no horário de Brasília).
Surpresa na natação
Com apenas 18 anos, Ahmed Hafnaoui, da Tunísia, protagonizou uma das grandes vitórias do primeiro dia de finais da natação nas Olimpíadas. No Centro Aquático de Tóquio, o tunisiano deixou para trás os principais favoritos para conquistar a medalha de ouro na disputa dos 400 metros livre com o tempo de 3min43s36. Ele havia se classificado em último para a final, mas venceu nadando na raia 8.
Outro destaque do dia da natação foi a equipe feminina da Austrália, que dominou a final do revezamento 4×100 metros e faturou a medalha de ouro, tendo estabelecido um novo recorde mundial em 3min29s69. Já Felipe Lima falhou na busca por uma vaga na final dos 100 metros peito, ficando em 12º lugar nas semifinais.
Semi na canoagem slalom…
Nas águas, mas longe das piscinas, a brasileira Ana Sátila avançou bem às semifinais na disputa do K1 da canoagem slalom. A brasileira havia marcado 108s22 em sua primeira descida e melhorou o seu tempo na segunda, para 106s82. Foi o suficiente para colocá-la na sexta colocação entre as 27 participantes. As semifinais vão ser realizadas na próxima terça-feira.
…E no remo
Em sua primeira participação nas Olimpíadas, o brasileiro Lucas Verthein avançou novamente. Ele passou para as semifinais da disputa do single skiff ao ficar na segunda posição na sua bateria pelas quartas de final. Verthein voltará a competir às 23h18 (horário de Brasília) desta segunda-feira.
Queda precoce no tae kwon do
No primeiro dia do tae kwon do nas Olimpíadas de Tóquio, o brasileiro Edival Pontes, o Netinho, não foi além da estreia. O peso pena (68kg) perdeu para o turco Hakan Heckber por 25 a 18 nas oitavas de final. Com a derrota do rival na luta seguinte, encerrou a sua participação no evento.