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    Olimpíada de Paris terá cerimônia de abertura histórica; saiba detalhes

    Pela primeira vez na Era Moderna dos Jogos, festa não será em um estádio

    Luccas Oliveira*da CNN

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    Nesta sexta-feira (26), a Olimpíada viverá um momento histórico: pela primeira vez, uma cerimônia de abertura será realizada fora de um estádio. Acontecerá no rio Sena, que corta Paris.

    O evento, que vai dar o pontapé inicial da Olimpíada de Paris, começa a partir das 14h30 (horário de Brasília), e terá transmissão de TV Globo, SporTV, Globoplay e CazéTV.

    Os porta-bandeiras da delegação brasileira serão Isaquias Queiroz, da canoagem, e Raquel Kochhann, do rugby de 7.

    Como será a cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris

    O desfile das delegações contará com barcos, percorrendo 6 quilômetros pelo Sena e cortando o centro de Paris. Câmeras serão espalhadas nas embarcações de cada nação para a transmissão do evento nos 80 telões que ficarão posicionados no local.

    A cerimônia será gratuita para quem quiser assistir do cais superior. Quem preferir acompanhar o evento da ponte Austerlitz à ponte de Iéna precisará de ingressos.

    Ideia da abertura no Rio Sena nasceu controversa

    Quando o projeto de uma cerimônia histórica e inédita começou a aparecer, em 2019, ela encontrou resistência imediata da polícia francesa.

    “É loucura”, disse Didier Lallement, então chefe de polícia do país, segundo fontes da Reuters. Ele citava as dificuldades logísticas e desafios de segurança para uma cidade ainda marcada por uma série de atentados em 2015, que vitimou 130 pessoas.

    Agora, o presidente da França, Emmanuel Macron espera provar que a preocupação de Lallement era infundada.

    “No começo, parecia uma ideia maluca e não muito séria”, disse o presidente francês à imprensa estrangeira, na última segunda-feira (22). “Mas decidimos que seria o momento certo de entregar essa ideia maluca e fazê-la ser real”.

    Maior esquema de segurança do pós-guerra

    Para evitar qualquer incidente, Paris 2024 terá a maior operação de segurança dos Jogos Olímpicos no pós-guerra.

    A ideia da cerimônia, que terá mais de 7 mil atletas navegando pelo Rio Sena, encontrou resistência inicial da polícia. Segundo duas fontes da Reuters, Macron forçou a barra para acontecer.

    Oficiais de segurança estimam que cerca de 45 mil policiais, milhares de soldados e seguranças privados serão responsáveis por garantir a tranquilidade da cerimônia e dos eventos esportivos na capital francesa.

    O departamento de segurança francês afirma que não há ameaças diretas aos Jogos Olímpicos de Paris, mas admite que já neutralizou duas suspeitas de ataque.

    Audiência estimada em 3 bilhões de pessoas

    Espera-se que cerca de 3 bilhões de pessoas assistam à cerimônia de abertura, na qual os atletas vão navegar em barcos por cerca de 5,6 quilômetros ao longo do Rio Sena, em um dos cenários mais deslumbrantes do mundo.

    Os organizadores mantiveram em segredo a maior parte dos seus planos para o evento, mas Thomas Jolly, diretor artístico da cerimônia, falou essa semana de “um grande afresco” celebrando “a relação que Paris e a França mantêm com o mundo”.

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    Inspiração em Buenos Aires

    Foi Tony Estanguet, diretor de Paris 2024, quem sugeriu a ideia para Macron em 2019.

    Tricampeão olímpico na canoagem, Estanguet esteve na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires, em 2018, que ocupou as ruas da capital argentina e recebeu mais de 200 mil pessoas.

    Aí que ele decidiu “jogar fora o livro de regras” para a Olimpíada de Paris. E consultou o diretor executivo Thierry Reboul, que veio da indústria de marketing, para bolar uma ideia original, que veio durante um passeio no Sena.

    O anúncio oficial foi feito por Macron em 2021, após uma reunião com autoridades de segurança na qual o presidente teria dito “eu não quero saber o que vocês, eu quero saber como podemos fazer isso”.

    Delegações estrangeiras chegaram a sugerir boicote

    Preocupados com medidas de segurança, países participantes expressaram ceticismo e alguns deles ameaçaram cancelar suas presenças na cerimônia.

    No fim das contas, a festa será mesmo esta “loucura histórica”, que pode abrir novos precedentes para a tradicional cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.

    *(com Reuters)

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