Medina e Ítalo vencem, vão às semis e já garantem medalha para o Brasil no surfe
Na estreia da modalidade nas Olimpíadas, Brasil vai confirmando favoritismo com os dois surfistas entre os quatro primeiros
O Brasil vai subir ao pódio na estreia do surfe no programa olímpico. Gabriel Medina e Ítalo Ferreira confirmaram o favoritismo e se classificaram às semifinais dos Jogos de Tóquio. Com isso, garantiram ao menos uma medalha para o país, que já conquistou outras três em Tóquio.
Afinal, se Medina e Ítalo perderem nas semifinais, irão duelar na disputa pelo terceiro lugar. Mas eles podem fazer ainda mais. Caso triunfem, vão se enfrentar pela medalha de ouro da modalidade nas Olimpíadas de Tóquio. E pelo que fizeram nas quartas de final, as chances de isso acontecer são reais, pois eles conseguiram as melhores notas do evento em suas baterias.
Na sua série, Medina derrotou o francês Michel Bourez por 15,33 a 13,66, na praia de Tsurigasaki, palco do surfe nos Jogos. Agora, ele voltará ao mar a partir das 23h48 (horário de Brasília), pelas semifinais, contra o japonês Kanoa Igarashi, que, em outra bateria das quartas de final, superou o norte-americano Kolohe Andino por 12,60 a 11,00.
Medina chegou às Olimpíadas de Tóquio como favorito. Ele, afinal, lidera com folga a temporada 2021 do Circuito Mundial de Surfe, tendo sido finalista de 5 das 6 etapas realizadas e vencido duas delas. E tem confirmado essa condição desde a sua estreia.

Tufão e mar mexido
A organização das Olimpíadas antecipou a programação do surfe em função da aproximação de um tufão, marcando as três fases decisivas para esta terça-feira, no horário japonês. E essa alteração climática melhorou as ondas da praia de Tsurigasaki, que não costumam ser muito grandes. Dessa vez, porém, estavam, embora com o mar muito mexido. E Medina aproveitou as condições.
Com cerca de dez minutos de bateria, o brasileiro conseguiu uma série de três boas manobras no topo da onda, finalizando bem, o que lhe rendeu a nota 6,33. Mas o melhor ainda estava por vir. Pouco depois, após entrar de backside na onda, deu um aéreo espetacular. Os jurados reconheceram o seu bom desempenho e lhe deram a nota 9,00, a maior do evento até então.
Em desvantagem, Bourez se esforçou. E conseguiu duas boas notas, uma 6,33 e uma 6,93 com manobras arrojadas. Mas foi insuficiente para impedir o triunfo de Medina, classificado às semifinais das Olimpíadas de Tóquio.
A vitória sobre Bourez já havia acontecido na primeira fase do evento, quando ambos avançaram direto para as oitavas de final, quando derrotou o australiano Julian Wilson. Agora, então, só precisa de mais uma vitória para ir ao pódio dos Jogos de Tóquio.

Na sequência da bateria de Medina, foi a vez de Ítalo ir ao mar. Ele derrotou o japonês Hiroto Ohhara por 16,30 a 11,90 após ter um início praticamente perfeito na sua bateria. Logo na primeira onda, com um aéreo bem executado e muito alto, conseguiu a nota mais alta do campeonato – 9,73 -, sendo que um dos seis jurados lhe deu um 10. Ficou, assim, difícil para Ohhara, que até conseguiu surfar duas boas ondas quase em sequência, uma delas com um tubo, mas que não lhe renderam mais do que um somatório de 8,00.
Ítalo, por sua vez, até conseguiu melhorar a sua segunda nota. A cerca de 7 minutos do fim, entrou de backside na onda, fez manobras em sequência e ainda finalizou bem. E isso lhe rendeu a nota 6,43. E não parou nisso. Conseguiu um 6,57 na sequência, chegando aos 16,50. Depois, só esperou o tempo passar. Ohhara ainda obteve um 6,73 na última onda, encerrando em alto nível a sua participação nas Olimpíadas em casa.
Assim, Ítalo, campeão mundial em 2019, vai confirmando a sua condição de candidato ao pódio olímpico. Ele já havia derrotado Ohhara na primeira fase, passou pelo neozelandês Billy Steardman nas oitavas de final e agora, assim como Medina, só precisa de mais uma vitória para faturar uma medalha.
O rival de Ítalo nas semifinais, em bateria marcada para 0h24, será o australiano Owen Wright. A disputa do bronze será às 2h16 de terça, com a bateria pelo ouro agendada para as 3h46.
Silvana eliminada
Já na disputa feminina, o Brasil não tem mais chances de medalhas. Silvana Lima foi eliminada nas quartas de final ao perder para a norte-americana Carissa Moore, dona de quatro títulos mundiais e atual líder do ranking. A representante dos Estados Unidos avançou ao ganhar a bateria por 14,26 a 8,30.
A havaiana se impôs e dominou a série desde o início, conseguindo 4,67 logo na segunda onda. E foi melhorando. Obteve um 6,33 ao entrar de frontside e emplacar uma série de três manobras. Em sua melhor onda, Silvana conseguiu um 4,50, mas sofreu para reagir em uma bateria com o mar mais calmo. E Carissa lhe tirou qualquer chance de vitória ao obter um 7,93.
A outra representante do Brasil na disputa feminina do surfe nas Olimpíadas foi Tatiana Weston-Webb, que tinha caído no evento nas oitavas de final.