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    Equipe Olímpica de Refugiados define porta-bandeiras; saiba quem são

    Cindy Ngamba, do boxe, e Yahya Al-Ghotany, do taekwondo, foram os escolhidos

    Karolos Grohmannda Reuters

    Os membros da Equipe Olímpica de Refugiados vão ter as vozes ouvidas ao redor do mundo durante os Jogos Olímpicos de Paris, aumentando a conscientização sobre os milhões de desalojados pelo globo, mas eles também mantêm ambição na busca por medalhas, disseram Cindy Ngamba, do boxe, e Yahya Al-Ghotany, do taekwondo, os porta-bandeiras do time nesta terça-feira (23).

    O Comitê Olímpico Internacional (COI) reuniu a maior equipe de refugiados da história para a Olimpíada na França, com 37 atletas. Os atletas, com origem em países como Síria, Sudão, Camarões, Etiópia, Irã e Afeganistão, vão competir em 12 modalidades, na terceira edição com a iniciativa.

    “Quando ouvirem o nosso nome, a Equipe Olímpica de Refugiados, refugiados de todas as partes do mundo vão nos reconhecer. Somos vistos como uma equipe, como atletas, como guerreiros, como atletas famintos que são parte de uma família. Não temos medo, nem vergonha, temos orgulho de ser refugiados”, disse Cindy Ngamba, nascida em Camarões e atualmente morando na Inglaterra.

    O COI criou a primeira equipe de refugiados para a Rio 2016, com 10 atletas, com o objetivo de melhorar a conscientização sobre o assunto. O time também competiu em Tóquio 2020 e foi quase três vezes maior, com 29 atletas. O elenco de Paris, contudo, vai ser maior e contará com um emblema próprio.

    “Importa muito, 100%. A base está no time, na família. Ser parte de uma família é o que importa. Competimos individualmente no passado, dois ou três de nós. Agora somos um grande grupo, uma família para representar a equipe de refugiados. Vamos manter o rosto altivo e ter orgulho da equipe que fazemos parte”, completou.

    Para Yahya Al Ghotany, que foi forçado a deixar a Síria, a equipe manda uma mensagem de esperança. Ele começou a praticar o esporte quando estava em um acampamento de refugiados na Jordânia.

    “É uma sensação indescritível saber que eu represento muitas pessoas que passaram pelo mesmo que eu tive que passar, que são como eu. Representar mais de 100 milhões de pessoas pelo mundo manda uma mensagem de esperança”, assegurou.

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