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    Lateral do Corinthians tem lesão crônica de cartilagem; entenda o problema

    Diego Palacios, contratado no início do ano, fez apenas um jogo com a camisa corintiana

    Luis Fabianida Itatiaia

    No dia 27 de janeiro, o lateral Diego Palacios, que fazia sua estreia pelo Corinthians, no duelo contra o São Bernardo, válido pelo Campeonato Paulista, sentiu a perna e precisou ser substituído ainda no primeiro tempo. Primeiramente, foi informado que o equatoriano havia sofrido uma contusão no menisco e, após cirurgia, a expectativa de recuperação era de algumas semanas. Contudo, após a longa demora para retornar aos gramados, o clube notificou que o atleta se recupera de uma “lesão crônica de cartilagem no joelho esquerdo”. Mas afinal, qual a gravidade desse problema?

    De acordo com a Dra. Flávia Magalhães, médica do esporte e que trabalha com futebol há mais de 20 anos, a lesão consiste em um desgaste da cartilagem da patela, que pode gerar fissuras e erosões. As principais queixas dos atletas que sofrem do problema são: dores, edema local, sensação de fraqueza no joelho, relatos de crepitação, além da dificuldade nos movimentos de subir e descer as escadas, assim como de agachar.

    “De forma geral, a principal causa é a sobrecarga mecânica, que é comum em atletas, especialmente naqueles que apresentam assimetrias musculares. Já na população, como um todo, surgem outros fatores, como o sobrepeso, o sedentarismo e o envelhecimento. Em todos os casos, o exame de imagem de ressonância magnética, padrão ouro, junto com a avaliação física e anamnese, ajudam a definir o grau da lesão e o prognóstico”, explica a médica.

    A médica ainda ressalta a existência de diversos tratamentos disponíveis, como a viscosuplementação, o fortalecimento muscular, a correção de assimetrias e até tratamentos cirúrgicos, como transplante osteocondral autólogo.

    “Os principais cuidados na reabilitação dependerão de cada procedimento realizado. A viscosuplementação, por exemplo, um procedimento de infiltração mais simples, não necessita de afastamento. Porém, é sempre importante uma boa avaliação biomecânica do atleta, além de avaliar o indivíduo dentro do seu contexto: percentual de gordura, assimetrias, carga de treino e elaborar ajustes para melhorar o desempenho e minimizar sobrecargas e progressão da lesão. Em casos cirúrgicos, o afastamento é mais prolongado”, disse.

    Para o fisioterapeuta esportivo associado à Sonafe – Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física, Fábio Patriota, a lesão de cartilagem do joelho é levemente crítica, por ser em uma área pouco vascularizada, o que gera uma predisposição para que a situação evolua para um problema crônico.

    “Esses desequilíbrios musculares ou alterações biomecânicas precisam ser avaliados e monitorados, tanto para que o atleta retome suas atividades, quanto também no dia a dia, para que não haja reincidentes. As lesões de articulação do joelho normalmente são atraumáticas, ou seja, não precisa necessariamente ter o contato diretamente com outro jogador, como foi o caso do Palacios”, explica o fisioterapeuta.

    “Sobre o tempo de recuperação, é difícil fazer uma estimativa, pois não sabemos da real condição do atleta. Diversos fatores influenciam essa expectativa de retorno aos gramados, como a existência de assimetrias no corpo do indivíduo, histórico médico, gordura corporal, além do tipo de tratamento que está sendo realizado desde o início, o qual não temos acesso”, complementa Fábio.

    Com a paralisação do Campeonato Brasileiro, devido à situação no Rio Grande do Sul, o Corinthians disputa sua próxima partida na terça-feira (28), contra o Racing-URU, às 19h (de Brasília), em duelo válido pela Sul-Americana. Não há expectativas de que Diego Palacios seja relacionado para o confronto.

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