Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    CNN Esportes

    Sleeping Giants e bancários cobram atitude do Santander, patrocinador da liga espanhola

    Banco, que dá nome ao campeonato, diz ser contra o racismo, mas não cita a La Liga nem Vini Jr.

    Da CNN

    A organização ativista digital Sleeping Giants, o sindicato dos bancários de São Paulo e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro denunciaram o que classificaram como omissão do banco Santander sobre o novo caso de racismo sofrido por Vinicius Junior durante partida pela liga espanhola.

    O banco é o principal patrocinador do campeonato e dá nome à “La Liga Santander“. Assim, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro pediu que o patrocínio seja rompido.

    O atacante brasileiro, que joga pelo Real Madrid, recebeu xingamentos de “macaco” durante partida contra o Valencia no domingo (21). O diretor da La Liga chegou a criticar o atleta.

    Em nota enviada à CNN, a empresa afirmou que “repudia veementemente qualquer manifestação de preconceito ou racismo e apoia uma solução rápida”, mas não fez menção direta à liga espanhola ou a Vinicius Junior.

    A companhia não encerrou o contrato com a La Liga devido aos casos de racismo. O contrato de naming rights se encerra no fim da temporada atual e não será renovado, em uma decisão tomada por ambas as partes há quase um ano.

    “É inadmissível que uma empresa como o Santander, que tem seu maior mercado no Brasil, fique conivente com os casos de racismo que jogadores brasileiros como Vini Jr. estão sofrendo na LaLiga. Como principal patrocinador, é dever da marca se posicionar e pedir mudanças”, escreveu a Sleeping Giants.

    O Santander não fez declarações públicas ou publicações nas redes sociais sobre o acontecido — tanto no perfil espanhol quanto no brasileiro.

    O sindicato dos bancários informou, por sua vez, que encaminhou uma carta de repúdio ao Santander na segunda-feira (22).

    “Sabemos que quem silencia em casos de violência compactua com ela. Para combater o racismo, é preciso ser antirracista. Por isso, reiteramos a importância de medidas efetivas para combater o crime de ódio, não basta uma mensagem com fins publicitários”, destacou o movimento sindical.

    “E aguardamos as punições adequadas a pessoas entidades que cometem crimes e silenciam frente à violência”, complementou.

    Vinicius Jr. é vítima de mais um caso de racismo na Espanha

    O atacante Vinicius Jr., do Real Madrid e da Seleção Brasileira, sofreu, mais uma vez, insultos racistas de torcedores rivais na Espanha.

    O jogador brasileiro foi hostilizado por torcedores do Valencia, no estádio de Mestalla, no domingo (21). A partida chegou a ser paralisada pelo árbitro e, posteriormente, foi retomada.

    Vinicius Jr. se manifestou em relação ao episódio nas redes sociais, pontuando: “Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas”.

    “Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas”, adicionou.

    “E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, escreveu o atacante.

    O presidente da La Liga, que é responsável pelo campeonato espanhol, Javier Tebas Medrano, criticou a publicação de Vinicius Jr, alegando que “já que os que deveriam te explicar o que é e o que a La Liga pode fazer nos casos de racismo, temos tentado explicar, mas você não compareceu a nenhuma das duas datas combinadas para isso que você mesmo solicitou”.

    O posicionamento do presidente da La Liga foi prontamente respondido pelo jogador: “Mais uma vez, em vez de criticar racistas, o presidente da LaLiga aparece nas redes sociais para me atacar”. (…) Quero ações e punições. Hashtag não me comove.”, escreveu Vini.

    Autoridades brasileiras repudiaram o episódio, inclusive com uma nota conjunta entre os governos de Brasil e Espanha, na qual declararam “solidariedade incondicional” a Vini Jr. e a todos os atletas que “vivenciam diariamente a violência racista no esporte”. Além disso, cobraram maior urgência nas ações das instituições competentes nesses casos.

    O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou à CNN existir conivência das autoridades espanholas, dos patrocinadores e de parte da imprensa no caso.

    “Tem muita coisa errada acontecendo na Europa, acontecendo no futebol europeu. Se as autoridades continuarem omissas como estão, se nada for feito, eu acho que nós vamos ter um cenário muito grave e que pode transbordar os estádios de futebol”, acrescentou.

    Nesta terça-feira (23), sete suspeitos foram presos pelas autoridades espanholas por supostamente estarem envolvidos em atos racistas contra Vini Jr — nos casos do jogo contra o Valencia e de uma partida contra o Atlético de Madrid, em que simularam o enforcamento do brasileiro com um boneco.

    *publicado por Tiago Tortella, da CNN

    Tópicos