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    ‘São 5 Paralimpíadas, 5 ouros, e nunca perdemos sequer uma partida’, diz atleta

    Atleta Cássio Reis conta que perdeu a visão aos 14 anos e o Instituto de Cegos da Bahia o apresentou ao "mundo Paralímpico"

    Produzido por Ludmila Candal e Renata Souzada CNN , em São Paulo

    Neste sábado (4), o Brasil conquistou medalha de ouro no Futebol de 5, na final disputada contra a Argentina, e se tornou pentacampeão na modalidade Paralímpica. A equipe chegou à final invicta e sem levar gols em toda a competição em Tóquio.

    “Além da medalha de ouro, a gente estava brigando por uma hegemonia. São cinco Paralimpíadas, cinco ouros, e nunca perdemos sequer uma partida dentro desta competição”, disse o atleta Cássio Reis à CNN.

    O Futebol de 5 é uma adaptação do esporte para atletas com deficiências visuais. Cássio Reis conta que a semifinal e a final foram os grandes desafios não só pela qualidade dos adversários, mas por conta do tempo. Nas semifinais, a seleção brasileira sofreu para passar pelo Marrocos, em um jogo com muita chuva.

    “Um jogo extremamente difícil e que a individualidade teve que fazer parte da partida. A gente deixou a técnica de lado e fomos para a raça, para o desejo de chegar à final”, afirma.

    Contra a Argentina, ele conta que o desafio persistiu. “A bola estava muito molhada, lisa, o campo pesado, mas o Brasil teve muita fibra, muita garra, e mais uma vez conquistou esse título.”

    Cássio Reis, ouro no futebol de 5 em Tóquio (04-09-2021) / CNN / Reprodução

     

    Cássio afirma que conheceu o mundo Paralímpico por meio do Instituto de Cegos da Bahia e testou diversas modalidades, como natação e atletismo, até “ser escolhido pelo futebol”.

    “Desde 2008 eu acompanho a seleção brasileira. Em 2008, só treinando, aprendendo. Em 2009 já fui campeão pela primeira vez na Copa América, e de lá para cá, graças a Deus, só cada vez mais fincando essa raiz, e os frutos estão vindo. Mas não é fácil não. É bastante complicado, mas uma grande porta para a inclusão social no mundo.”

    O atleta conta que perdeu a visão na adolescência, como consequência de uma cirurgia e, depois, em um acidente na escola.

    “Eu perdi a visão aos 14 anos de idade. Eu tive descolamento de retina após uma cirurgia de catarata. Só foi descoberto ao longo do tempo, e aí já não era possível fazer absolutamente mais nada. Minha retina direita foi atrofiada. Meu olho esquerdo eu acabei batendo na quina de uma mesa, de uma carteira, na escola, na sala de aula, e aí eu perdi o cristalino do olho esquerdo no ato.”

    Diante dessa situação, ele saiu de Ituberá, na Bahia, seu local de origem, e foi à Salvador, onde conheceu o instituto que lhe apresentou diversas modalidades para deficientes visuais.

    “O esporte abriu as portas para mim. Eu hoje tenho uma posição dentro do governo municipal e isso veio graças ao conhecimento adquirido ao longo desse tempo no esporte, às pessoas que eu tive contato, aos países, às culturas, tudo isso foi uma soma que ao longo desse tempo me ajudou muito”, relata.

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