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    Punido, Sport sobe o tom contra decisão do STJD após atentado

    Em nota oficial, clube pernambucano classificou a punição imposta pelo órgão como "injusta"

    Nuno Krauseda Itatiaia

    O Sport fez duras críticas à Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta terça-feira (12). Após o atentado contra o ônibus do Fortaleza, o clube foi punido com oito jogos sem torcida como mandante em campeonatos organizados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Além disso, foi obrigado a pagar uma multa de R$80 mil.

    Em nota publicada no site oficial do clube, a vice-presidência jurídica o Rubro-Negro promete recorrer do que chamou de “decisão descabida e injusta”.

    “Não se pode novamente tratar de um tema tão complexo, que hoje é uma chaga nacional, de maneira tão rasa. Não é possível ir pelo caminho de decisões comprovadamente ineficazes só para criar uma falsa sensação de justiça que nada reflete na realidade e que em nada resulta na redução da violência. É só mais uma cortina de fumaça”, diz o texto.

    O ônibus do Fortaleza foi atingido por pedras e uma bomba caseira na noite do dia 21 de fevereiro. O elenco tinha acabado de empatar com o Sport na Arena de Pernambuco, em jogo válido pela Copa do Nordeste. Seis jogadores ficaram feridos.

    “Não punir esses indivíduos, e sim os clubes, é um caminho desleixado para um problema tão sério. Estamos vivendo um problema social e não desportivo. Uma crise de segurança pública, de norte a sul, rodada após rodada. É preciso entender e levar a sério a complexidade do tema. Cobrar atitude dos órgãos responsáveis. Afinal, nenhum clube do Brasil vai resolver esse grave problema sozinho”, diz o Sport.

    O presidente rubro-negro, Yuri Romão, também se posicionou nas redes sociais, por meio de vídeo. “Não é possível que, após 20 dias do ocorrido, ainda não temos ninguém punido. Os verdadeiros criminosos continuam soltos e, neste momento, rindo. Rindo do STJD, rindo desta direção”, disse.

    https://twitter.com/sportrecife/status/1767679155137548439

    Posição da Polícia Civil

    Em contato com a Itatiaia, a Polícia Civil afirmou, nesta segunda-feira (11), que o caso segue em investigação pela Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva. “Todas as diligências necessárias para o esclarecimento do fato estão sendo realizadas, tais como tomada de depoimentos e perícias técnicas. As investigações seguirão até o esclarecimento completo dos fatos”, diz nota enviada pela corporação.

    Relembre decisão

    Os auditores do STJD entenderam que o clube não prestou a segurança necessária para a organização da partida e também não identificou e puniu administrativamente as pessoas envolvidas no ato, há relato de mais de 80 participantes. A segunda comissão também entendeu que o Sport tem sido reincidente em casos de violência de seus torcedores, sem de fato tomar atitudes que ajudem a evitar isso.

    Desde 23 de fevereiro, por decisão liminar do presidente do tribunal, José Perdiz, o Sport não pode ter torcedores em seus jogos nacionais como mandante ou visitante. O clube já não teve torcida no Amapá, contra o Trem, pela Copa do Brasil, e no Piauí, frente ao Altos, pelo Nordestão.

    A denúncia da procuradoria foi feita com base no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD):

    Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir:

    • I – desordens em sua praça de desporto;
    • § 1º Quando a desordem, invasão ou lançamento de objeto for de elevada gravidade ou causar prejuízo ao andamento do evento desportivo, a entidade de prática poderá ser punida com a perda do mando de campo de uma a dez partidas, provas ou equivalentes, quando participante da competição oficial

    Veja a nota do Sport na íntegra

    “O Sport Club do Recife se posiciona contrário a punição imposta pela Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na manhã desta terça-feira (12). A vice-presidência jurídica do Rubro-negro vai recorrer dessa decisão descabida e injusta.

    Não se pode novamente tratar de um tema tão complexo, que hoje é uma chaga nacional, de maneira tão rasa. Não é possível ir pelo caminho de decisões comprovadamente ineficazes só para criar uma falsa sensação de justiça que nada reflete na realidade e que em nada resulta na redução da violência. É só mais uma cortina de fumaça.

    Pelo contrário. Esse tipo de punição coletiva, na verdade, atinge milhões de torcedores inocentes e instituições com centenas de trabalhadores, profissionais e prestadores de serviço, deixando justamente o caminho livre para os verdadeiros criminosos cometerem atos de covardia e violência, como aconteceu no dia 22 de fevereiro. Criminosos que continuam soltos por aí, sem nenhuma responsabilidade dos atos e que seguem aterrorizando a todos que vivem o futebol brasileiro, independente de time, cidade ou Estado. O Sport não pode ser responsabilizado por isso!

    Punir uma instituição que não tem nenhuma relação com a torcida organizada, que cumpriu com todas as orientações de segurança e que não tem nenhum poder de Estado para coibir bandidos pela cidade não é fazer justiça. É querer mostrar serviço sem atentar para o verdadeiro problema. A punição, além de não resolver, acoberta e tira o foco e a pressão de se investigar os culpados e as organizações criminosas por trás dos atos.

    Não punir esses indivíduos, e sim os clubes, é um caminho desleixado para um problema tão sério. Estamos vivendo um problema social e não desportivo. Uma crise de segurança pública, de norte a sul, rodada após rodada. É preciso entender e levar a sério a complexidade do tema. Cobrar atitude dos órgãos responsáveis. Afinal, nenhum clube do Brasil vai resolver esse grave problema sozinho.

    Só com comprometimento total do poder público, responsabilidade, rigidez e cooperação dos serviços de inteligência é que vamos avançar”


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