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    Federação paraguaia exige à CBF punição ao Palmeiras por racismo da torcida

    Entidade enviou carta formalizando repúdio aos episódios

    Luccas Oliveirada CNNRafael Oliva e João Pedro Andradada Itatiaia

    A Asociación Paraguaya de Fútbol (APF) enviou, nesta quinta-feira (10), uma carta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) formalizando pedido de punição ao Palmeiras.

    A entidade paraguaia subiu o tom após denúncias de atos racistas da torcida palmeirense contra a do Cerro Porteño, na partida da última quarta (9), pela Libertadores.

    Solicitamos que sejam aplicadas as sanções mais severas e exemplares ao Palmeiras pelos atos de racismo que atentam contra os valores do esporte. Como bem mencionado, no Brasil, esses atos são considerados crime, e esperamos que o criminoso seja identificado e punido com as sanções mais rigorosas

    Carta da federação paraguaia à CBF

    Ainda de acordo com a APF, o clima já era tenso antes mesmo de os portões abrirem no Allianz Parque. Segundo a entidade, houve incitação à violência:

    “Os acontecimentos (…) nos deixaram em estado de alerta e nos levaram a solicitar ajuda ao Consulado Paraguaio no Brasil. Como dirigentes, devemos ser coerentes e incentivar nossos torcedores a não incitarem à violência, ao racismo e à discriminação.”

    Palmeiras identificou torcedor racista

    Palmeiras identificou, nesta quinta-feira (10), o torcedor que fez gestos racistas em direção a torcedores do Cerro Porteño, do Paraguai, durante a vitória alviverde por 1 a 0 na noite dessa quarta-feira (9), no Allianz Parque, pela fase de grupos da Copa Libertadores.

    Com o apoio do sistema de biometria facial e das câmeras de vigilância do estádio, o autor da ofensa foi localizado nas primeiras horas desta quinta. Segundo apuração da Itatiaia, o clube já enviou uma notificação extrajudicial para que o torcedor seja informado das medidas adotadas.

    Entre as punições determinadas pelo Palmeiras, estão:

    • Bloqueio no sistema de venda de ingressos para todas as partidas do clube como mandante;
    • Exclusão do programa de sócio-torcedor Avanti;
    • Abertura de processo judicial para que o torcedor ressarça o clube por eventuais prejuízos esportivos e financeiros, caso haja punições impostas à equipe por conta da conduta racista.

    Além disso, o clube registrou um Boletim de Ocorrência junto à DRADE (Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva), que vai apurar os fatos em profundidade.

    A atitude do Palmeiras visa coibir atos de racismo dentro dos estádios e proteger a imagem institucional da equipe. O clube reforça que seguirá com uma política de tolerância zero para episódios de discriminação.

    Casos de racismo em 2025

    É o terceiro registro de gestos racistas em jogos do Palmeiras. Nas duas ocasiões anteriores, os brasileiros foram vítimas de preconceito em jogos fora do Brasil.

    No dia 3 de abril, no Estádio Nacional do Peru, em Lima, um torcedor do Sporting Cristal, time da casa, imitou um macaco na direção dos palmeirenses presentes na arquibancada. O caso aconteceu após a vitória alviverde por 3 a 2, pelo Grupo H do torneio.

    Em março, um torcedor do Cerro Porteño imitou um macaco na direção de jogadores do Palmeiras durante jogo da Copa Libertadores Sub-20. atacante Luighi deu entrevista cobrando uma postura enérgica da Conmebol e foi às lágrimas.

    Leia a carta da APF na íntegra

    Assunção, 10 de abril de 2025
    Senhor
    Ednaldo Rodrigues Gomes, Presidente
    CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL – CBF
    Via e-mail

    Prezado Senhor Presidente,

    A Associação Paraguaia de Futebol – APF, juntamente com os clubes da Primeira Divisão do Futebol Paraguaio, repudia com veemência os atos de racismo sofridos por torcedores e jogadores do Club Cerro Porteño durante a partida disputada contra a Sociedade Esportiva Palmeiras, na última quarta-feira, 9 de abril, no Allianz Parque, em São Paulo, às 21h30.

    Os acontecimentos ocorridos nas horas que antecederam o jogo, quando houve incitação à violência, nos deixaram em estado de alerta e nos levaram a solicitar ajuda ao Consulado Paraguaio no Brasil. Como dirigentes, devemos ser coerentes e incentivar nossos torcedores a não incitarem à violência, ao racismo e à discriminação.

    Consideramos absolutamente inaceitável que esses episódios continuem ocorrendo no futebol. Por isso, solicitamos que sejam aplicadas as sanções mais severas e exemplares ao Club Palmeiras pelos atos de racismo que atentam contra os valores do esporte.

    Como bem mencionado, no Brasil esses atos são considerados crime, e esperamos que o criminoso seja identificado e punido com as sanções mais rigorosas.

    Apoiamos plenamente o trabalho que vem sendo realizado pela CONMEBOL por meio da iniciativa Task Force, uma equipe dedicada exclusivamente ao desenvolvimento e implementação de estratégias para erradicar o racismo, a discriminação e a violência no futebol sul-americano, cientes de que essas questões sociais prejudicam nosso esporte e que devemos fazer parte da solução.

    Os clubes paraguaios reafirmam seu compromisso na luta contra o racismo, a discriminação e a violência, promovendo um futebol inclusivo, respeitoso e livre de qualquer forma de intolerância. Não aceitaremos nenhum ato discriminatório, seja dentro de campo ou nas arquibancadas.

    Nossos jogadores já relataram em diversas ocasiões serem alvos de atos racistas no futebol brasileiro, no entanto, a denúncia do jogador paraguaio Ángel Romero não gerou o mesmo nível de repúdio que o condenável ataque sofrido pelo jogador Luígi.

    Não podemos fechar os olhos diante de uma situação e reagir com firmeza apenas diante de outra: o racismo deve sempre ser medido com os mesmos valores de justiça. Não é uma causa exclusiva do futebol, mas sim um problema que o afeta profundamente.

    Presidente Ednaldo, sabemos que o senhor é um forte defensor da luta contra a discriminação, e por isso o convido, juntamente com todo o futebol brasileiro, a trabalharmos juntos para erradicá-la e por um futebol sul-americano mais unido.

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