
Grêmio repudia caso de racismo que fez time deixar campo contra River Plate
Tricolor gaúcho afirmou que fez um boletim de ocorrência e trata a situação na Brasil Ladies Cup como “ inadmissível e intolerável”


O Grêmio repudiou o caso de racismo que fez o time deixar o campo durante jogo contra o River Plate pela Brasil Ladies Cup.
O Grêmio venceu a partida por 3 a 0 no Estádio Canindé, em São Paulo, nesta sexta-feira (20).
“Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia responsável e faremos todo o possível para que o caso resulte em punição para as responsáveis. Nós, do Clube de Todos, não aceitamos esse tipo de situação e aproveitamos para reforçar o nosso compromisso contra todo e qualquer tipo de preconceito”, explicou o clube.
Após o gol de empate do Grêmio no final da primeira etapa, o jogo ficou paralisado por cerca de 30 minutos, pois Candela Díaz, jogadora do River, foi flagrada imitando um macaco na direção do gandula.
O gesto incitou uma confusão generalizada entre as argentinas e o gandula, que foi rapidamente defendido pelas atletas do Grêmio. Em seguida, as Gurias Gremistas saíram de campo rumo ao vestiário. Após a confusão e seis expulsões no time argentino, o jogo foi encerrado.
A partida, no tempo regulamentar, terminou em 1 a 1, porém e após a confusão, o árbitro determinou o placar de 3 a 0 para o Grêmio.
“Na parte final do primeiro tempo, logo após empatar a partida, as nossas atletas se revoltaram ao presenciar jogadoras do time argentino fazendo gestos racistas para um gandula. Ao defender o gandula, as Gurias Gremistas também foram vítimas de palavras e gestos racistas. Na confusão, a partida foi interrompida e seis jogadoras do River acabaram expulsas, dando fim ao jogo. Lamentamos profundamente o episódio e nos solidarizamos com o gandula e as atletas que foram agredidas de maneira inadmissível e intolerável”, diz a nota do clube.
O River Plate publicou uma manifestação. “O River Plate manifesta o mais absoluto repúdio aos gestos discriminatórios ocorridos na partida com o Grêmio pela Brasil Ladies Cup 2024. Comunica que já está tomando as medidas disciplinares correspondentes e continuará trabalhando para erradicar esse tipo de comportamento.”
RIV 1×1 GRE
Estamos na final da #LadiesCup2024. Infelizmente, a partida foi encerrada ao final do 1° tempo após o rival ter suas atletas expulsas por atos racistas e ficar sem o número mínimo regulamentar. Lamentamos o ocorrido e repudiamos qualquer ato discriminatório. pic.twitter.com/yQVm2wmFKT— Gurias Gremistas (@GuriasGremistas) December 21, 2024
Brasil Ladies Cup se manifesta
A organização da Brasil Ladies Cup repudiou o episódio de racismo. “A Brasil Ladies Cup repudia o episódio de racismo durante a partida entre River Plate e Grêmio. Neste momento, a organização está prestando o suporte necessário para as vítimas deste lamentável ocorrido. É triste que o desenvolvimento do futebol feminino, através de um torneio que está sendo exibido em todo o país e também no exterior, seja atrapalhado por um acontecimento lastimável”, disse a organização da competição em comunicado.
Com a vitória sobre o River Plate, o Grêmio se classificou para a final, contra o Bahia, neste domingo (22), às 16h. Posteriormente, a organização da competição decretou a exclusão permanente do time argentino.
“Em reunião neste sábado (21), o Comitê Organizador da Brasil Ladies Cup decidiu pela exclusão definitiva do River Plate-ARG de todas as edições futuras da competição. A organização reforça o posicionamento antirracista e reafirma que jamais irá tolerar casos dessa natureza.
Desde o ocorrido, estamos prestando todo o apoio jurídico aos envolvidos. Além disso, durante a final entre Bahia e Grêmio, neste domingo (22), às 16h, no Estádio do Canindé, teremos diversas ações para fortalecer a luta contra a discriminação racial.
Reiteramos o respeito pelo River Plate-ARG, instituição que participou das edições de 2021 e 2024, mas não iremos aceitar este tipo de episódio dentro do campeonato. A mesma medida será adotada com outros participantes em caso de ações similares, o que esperamos que não aconteça, já que é um tema que não tem espaço dentro da sociedade”