Seleção da Austrália, anfitriã da Copa do Mundo Feminina, denuncia disparidade salarial
Jogadoras australianas mostraram solidariedade a atletas e equipes que não conseguiram acordos por melhores salários
As atletas australianas, conhecidas como Matildas, apelido dado à seleção feminina de futebol do país, divulgaram um vídeo em que denunciam a disparidade de gênero no prêmio oferecido às vencedoras da Copa do Mundo, expressando apoio a jogadoras que tiveram negado “o direito básico” de chegar a um acordo coletivo em suas negociações salariais.
O vídeo, apoiado pelo sindicato dos jogadores profissionais da Austrália, apresenta todos os membros da equipe co-anfitriã da Copa do Mundo Feminina e ocorre em meio a disputas salariais que acontecem em várias seleções que disputam o torneio. O Mundial começa na quinta-feira (20).
As Matildas entraram em greve em 2015 para exigir melhores salários e receberam a mesma porcentagem mínima de premiação em dinheiro para torneios que recebe a seleção masculina australiana, os Socceroos. Em 2019, conseguiram um acordo coletivo.
No entanto, as atletas irão competir na Copa do Mundo por uma fração da premiação total de 440 milhões de dólares que foi oferecida às seleções masculinas na Copa do Mundo do ano passado, no Catar.
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“Setecentos e trinta e seis jogadoras de futebol têm a honra de representar seus países no maior palco deste torneio, mas muitas ainda não têm o direito básico de se organizar e negociar coletivamente”, dizem as jogadoras no vídeo.
“A negociação coletiva nos permitiu garantir que agora tivéssemos as mesmas condições que os Socceroos, com uma exceção — a Fifa ainda oferecerá às mulheres apenas um quarto do prêmio em dinheiro que os homens recebem pela mesma conquista.”
https://twitter.com/Reuters/status/1680995780889554944
A Fifa, órgão regulador global, não fez comentários a respeito.
A premiação total da Copa do Mundo Feminina é de US$ 110 milhões (cerca de R$ 528 milhões), cerca de 300% a mais do que a Fifa ofereceu para o torneio de 2019 na França.